DROGADIÇÃO

Justiça manda Estado cuidar da saúde mental de presos com dependência química em Aparecida

Decisão acatou pedido da Defensoria Pública do Estado de Goiás

Justiça manda Estado apresentar plano de saúde mental para dependência química no Complexo Prisional de Aparecida
Justiça manda Estado apresentar plano de saúde mental para dependência química no Complexo Prisional de Aparecida (Foto: Marcelo Camargo - Agência Brasil)

A Justiça de Goiânia determinou que o Estado de Goiás, por meio da Diretoria-Geral de Polícia Penal (DGPP) e da Secretaria de Estado da Saúde, elabore um plano estratégico de saúde mental para tratar a dependência química de pessoas privadas de liberdade no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia. O município também deverá participar da formulação, conforme decisão do último dia 21 de outubro.

Sobre a decisão, ela acatou pedido da Defensoria Pública do Estado de Goiás (DPE-GO). Na demanda, o defensor público Gabriel Lutz apresentou relatos e documentos, entre eles laudos criminológicos, que demonstram a necessidade de acompanhamento terapêutico e especializado aos custodiados dependentes químicos. O objetivo é reduzir o número de reincidentes por drogadição.

Ainda na petição, ele lembrou que enviou um ofício à DGPP em maio deste ano questionando sobre a oferta deste tipo de tratamento. Contudo, foi informado da não existência destes tratamentos aos custodiados das unidades prisionais de Aparecida. Conforme o defensor, ocorre um elevado número de regressão de presos devido a comportamentos desencadeados pelo adoecimento da saúde mental decorrente da dependência química.

“A oferta de tratamento adequado à drogadição mostra-se condição indispensável para uma real ressocialização das pessoas encarceradas, rompendo não apenas o ciclo da reincidência, mas também o ciclo institucional de reencarceramento por falta de estruturas aptas a ressocializar essa população”, argumentou. Na demanda, acolhida pelo juízo, ele pede a apresentação de um plano estratégico para a implementação do programa em 180 dias.

O Mais Goiás procurou o Estado e também o município de Aparecida de Goiânia para comentar a decisão. Em nota, a SES-GO disse que foi notificada e já tomou providências visando o cumprimento da decisão judicial citada pela reportagem.

“Na terça-feira (11/11), foi realizada uma reunião para o desenvolvimento do plano estratégico do programa de saúde mental voltado ao tratamento de drogadição de pessoas privadas de liberdade no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia.  O trabalho é coordenado pelas Gerências de Atenção às Populações Específicas (Gerpop) e de Saúde Mental (Gesm), da SES-GO. O documento, elaborado em conjunto com o Complexo Prisional, será entregue em até 180 dias conforme prazo da Defensoria Pública do Estado de Goiás (DPEGO)”, informa o texto.

O portal ainda aguarda a posição dos demais citados.