Justiça manda fazendeiro condenado por morte de advogados em Goiânia pagar a filhos e viúva de uma das vítimas
Por nota, o advogado de Nei Castelli, Renato Armiliato Dias, disse que todos têm direito a buscar tutela do Judiciário, mas que "é observado um enorme equívoco do juízo"
O fazendeiro Nei Castelli, condenado a 21 anos de prisão pelo assassinato dos advogados Marcus Aprígio Chaves e Frank Alessandro Carvalhaes de Assis, ocorrido em outubro de 2020, em Goiânia, também terá que pagar pensão mensal aos dois filhos e à viúva de Frank. O valor fixado é de cerca de R$ 20 mil para cada um, 15,15 salários mínimos.
A decisão é do juiz José de Bessa Carvalho Filho, da 29ª Vara Cível de Goiânia, que deferiu tutela de urgência. O pagamento deverá ocorrer no primeiro dia útil do mês vigente, sob pena de bloqueio judicial. Além disso, o magistrado tornou indisponível dez imóveis do fazendeiro, registrados no Cartório de Registro de Imóveis de Mamborê (PR) até o julgamento do mérito.
Para o magistrado, documentos “evidenciam a dependência econômica entre os autores e o falecido, e, de igual modo, a necessidade imediata de fixação e exigência das pensões pleiteadas, considerando que os demandantes comprovaram possuir despesas mensais elevadas”.
Por nota, o advogado de Nei, Renato Armiliato Dias, disse que todos têm direito a buscar tutela do Judiciário, mas que “é observado um enorme equívoco do juízo”.
“O magistrado do caso julgou válido (em seara de tutela) um valor de pensão que ultrapassa R$ 60 mil, sendo que os gastos que foram apresentados à justiça pelos autores, que segundo a decisão são básicos, estão presentes despendimento de valores à título de personal trainer, seguro de veículo, aluguel de residência, box de garagem, fatura de cartão de crédito de R$ 17.703,54, diarista, duas mensalidade do curso de medicina entre outros, qual geram um total de R$ 57.892,07”, critica.
Ainda segundo ele, a defesa se manifestará no Judiciário e demonstrará que as circunstâncias não são condizentes com o descrito no pedido inicial.
Condenação
Nei Castelli e Cosme Lompa Tavares, acusados de participação na morte dos advogados, foram condenados, no último dia 31 de maio, a 21 anos, 10 meses e 15 dias de reclusão em regime fechado. A defesa dos condenados recorre.
Em relação ao caso, os advogados foram mortos dentro do próprio escritório, no Setor Aeroporto, em Goiânia. Na denúncia do Ministério Público, consta que o fazendeiro teria ordenado o assassinato depois de perder uma ação que o obrigava a pagar às vítimas honorários sucumbenciais de R$ 4,6 milhões.