Justiça mantém prisão de policiais suspeitos de matar dono de pastelaria em Goiânia
Investigação aponta participação de grupo de extermínio no homicídio do empresário
A Justiça de Goiás manteve a prisão temporária dos quatro suspeitos de matar o empresário Fabrício Brasil Lourenço, executado com ao menos 10 tiros em outubro deste ano, em frente à Pastelaria Du Chefe, no Bairro Feliz, em Goiânia. Entre os presos estão o 3º sargento Tiago Lemes, que atua na cidade de Trindade. O outro é o 1º sargento Leneker Breno, atualmente designado para integrar a equipe de segurança do vice-governador Daniel Vilela. Eles são apontados pela Polícia Civil como os executores do crime. Há também outros dois suspeitos, que não são militares, de participação direta na logística da ação.
Durante a operação, os investigadores também cumpriram mandado de busca na residência do coronel Alessandro Regys Reis de Carvalho, do alto comando do Serviço Aéreo do Estado de Goiás. Em nota ao Mais Goiás, o advogado Júlio Mascarenhas, defensor do sargento Leneker, afirmou: “Não há provas contra ele, e sua inocência será comprovada ao término das investigações. É um equívoco apontá-lo como possível autor do crime.”
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A prisão do grupo ocorreu na quinta-feira (4), após a conclusão das investigações conduzidas pela Delegacia Estadual de Investigação de Homicídios (DIH). Foram cumpridos quatro mandados de prisão temporária e nove de busca e apreensão em Goiânia, Senador Canedo, Nova Veneza e Trindade. A Polícia Civil confirmou que a operação está ligada ao homicídio ocorrido no dia 4 de outubro de 2025, no Bairro Feliz, mas informou que as apurações seguem sob sigilo.
Dois dos presos, que não são militares, são apontados como responsáveis por fornecer veículos e estruturar a rota de fuga após a execução. Eles foram encaminhados para a Delegacia de Capturas. Já os dois policiais militares foram conduzidos para a Casa Militar.
Segundo a Polícia Militar, a Corregedoria acompanhou integralmente o cumprimento dos mandados judiciais conduzidos pela Polícia Civil. Disse, ainda, que cumpre todas as determinações legais e que não admite qualquer desvio de conduta de policiais da corporação e que segue à disposição das autoridades.
Leia na íntegra a nota da defesa do 1º sargento Leneker Breno:
“Trata-se de uma prisão temporária, de 30 dias, destinada a apuração dos fatos. A defesa destaca a total ausência de provas de autoria no que se refere ao sargento Leneker, e, sua inocência será provada ao término das investigações.
Por certo, todo delito merece apuração, e o lamentável homicídio ocorrido não pode ser diferente, e certamente a Polícia chegará aos autores, todavia, é um lamentável erro, apontar o sargento Leneker como possível autor.
Destaca-se que se trata de um militar exemplar, com dezenas de elogios e condecorações na corporação, justamente pelo combate ao crime.
A defesa lamenta profundamente a exposição de um inocente, e espera que a Polícia, e, o Judiciário, com a máxima celeridade possível, corrija o equívoco.”
Leia na íntegra a nota da Polícia Militar de Goiás:
“A Polícia Militar de Goiás informa que a Corregedoria acompanhou integralmente o cumprimento dos mandados judiciais relacionados à investigação conduzida pela Polícia Civil. A Instituição permanece à disposição das autoridades competentes e cumpre rigorosamente todas as determinações legais e judiciais. A PMGO mantém compromisso com a ética, a moralidade e o cumprimento das leis, não admitindo quaisquer desvios de conduta.”
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