Justiça mantém prisão temporária de ex-presidente da Goinfra e outros investigados
Polícia apura o suposto desvio de R$ 10 milhões em um contrato de manutenção de 26 prédios públicos do estado

A juíza Ana Cláudia Veloso Magalhães manteve, em audiência de custódia nesta quarta-feira (28), a prisão temporária do ex-presidente da Agência Goiana de Infraestrutura e Transportes (Goinfra), Lucas Vissotto. Outros detidos da Polícia Civil em ação que apura o suposto desvio de R$ 10 milhões em um contrato de manutenção de 26 prédios públicos do estado também foram mantidos presos.
São eles: Thiago Carim Bucker, Gabriel Tertuliano, Vitor Andrisani Berquó e Adriano Mendes Ribeiro. “Em face das segregações serem oriundas de mandado de prisão temporária – prazo de cinco dias – o(a)(s) custodiado(a)(s) deverão retornar ao local onde estavam segregados (caso requerido pela autoridade policial) ou à Casa do Albergado, devendo lá permanecerem até o término do prazo estabelecido na ordem de restrição ou outra determinação judicial”, disse a magistrada.
Ainda segundo ela, “a manutenção da prisão temporária, na hipótese, serve, inclusive, como garantia para os investigados, porque menos gravosa que a prisão preventiva e exigirá, a posteriori, nova análise da conveniência e oportunidade da custódia cautelar”. Ao todo, 15 foram alvos de mandados de prisão. O Tribunal de Justiça de Goiás não informou sobre os demais.
Investigação
Pelo que já foi apurado, vários crimes teriam sido praticados na formalização e execução de um contrato administrativo celebrado entre a Goinfra e uma empresa privada sediada no Distrito Federal, nos anos de 2023 e 2024, com o valor final contratado de quase R$ 28 milhões.
Estima-se que os prejuízos iniciais ao erário, causados por supostos pagamentos indevidos, tenham sido de mais de R$ 10 milhões, estando excluído deste valor o dispêndio que o Estado ainda terá para reconstruir as estruturas que foram demolidas, mas não reerguidas pela empresa contratada.
Governo de Goiás
Em nota, o Governo de Goiás disse que as suspeitas de irregularidades foram levantadas pelo própria gestão, por meio de seus sistemas internos de controle, e devidamente comunicadas às autoridades policiais para as providências necessárias.
“A gestão estadual tem como premissa tolerância zero com qualquer eventual desvio de conduta no trato do dinheiro público. O Governo de Goiás colaborou e seguirá colaborando ativamente com as investigações, de forma que os fatos sejam devidamente apurados e, uma vez comprovadas as irregularidades, todos os envolvidos sejam punidos com rigor”, diz o texto.
Defesa
A defesa de Marcus Emmanoel Chaves Vieire enviou a seguinte nota ao Mais Goiás:
“Responsável pela defesa do Marcus Emmnoel Chaves Vieira, o advogado Alexandre Lourenço, especialista em investigação defensiva, disse que aguarda autorização para ter acesso pleno aos documentos da investigação e ressaltou acreditar no Poder Judiciário, a fim de se garantir o direito à ampla defesa e ao contraditório.”
O espaço segue aberto aos demais, caso queiram se manifestar.
Confira o nome dos 15 alvos da Operação Obra Simulada:
- José Francisco Alves Pereira
- Marcus Emmanoel Chaves Vieira
- Luiz Romildo de Mello
- Francisco Roni da Rosa
- Cíntia Marta Ataídes Vieira
- Rosana Crisóstomo Ribeiro
- Weslley Crisóstomo Nogueira da Silva
- Marcus Emmanoel Chaves Vieira Júnior
- Francisco Roni da Rosa Júnior
COM LIGAÇÃO COM GOINFRA:
- Lucas Alberto Vissoto Júniro
- Adriano Mendes Ribeiro
- Thiago Carim Bucker
- Gabriel Tertuliano
- Vitor Angrisani Berquó Ramalhão
- Thayana Torres Avelar Nasser da Veiga
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