LIMINAR

Justiça proíbe divulgação de curso irregular de formação de brigadistas mirins em Goiânia

Ação civil pública foi proposta pelo Ministério Público

Procuradoria de Recursos Constitucionais do MPGO tem vaga de R$ 14,4 mil
Procuradoria de Recursos Constitucionais do MPGO tem vaga de R$ 14,4 mil (Foto: Divulgação - MPGO)

A Justiça acatou ação civil pública proposta pelo Ministério Público de Goiás (MPGO) e determinou liminarmente que duas empresas suspendam a divulgação de um curso pré-militar e de aulas de reforço, em Goiânia. De acordo com a promotora Sandra Mara Garbelini, o curso “Projeto Futuro Militar Mirim/Brigadista Mirim” induz consumidores ao erro.

Sandra destaca que o MP recebeu denúncia, em outubro de 2023, na qual uma mãe reclamava que panfletos tinham sido entregues na escola de sua filha referentes ao projeto. Por meio de investigações, a promotoria constatou irregularidades em relação à publicidade veiculada.

Segundo a ela, as empresas realizavam propaganda enganosa e faziam com que os clientes acreditassem que estavam contratando um curso que possui vinculação com as Forças Armadas e a Polícia Militar (PM). Ela argumenta que o contrato oferecido pelas empresas era de adesão e possuía cláusulas abusivas, com multas excessivas em caso de rescisão.

Ainda conforme exposto, as empresas não possuem credenciamento e nem autorização para ministrar aulas de reforço de matemática, língua portuguesa, informática ou outras matérias para alunos do 2º ao 5º anos do ensino fundamental. Destaca-se, inclusive, que duas instituições de ensino firmaram contrato de aluguel de salas com as empresas para palestras aos pais de alunos. O intuito era gerar credibilidade, mesmo sem terem vínculo com unidade locadora.

Sobre as irregularidades, a promotora elenca: o fato de a comunicação mercadológica ser realizada em estabelecimentos de educação; divulgação dos cursos diretamente às crianças em ambiente escolar; a utilização de símbolos que remetem às Forças Armadas; utilização de uniforme similar ao da Polícia Militar durante palestras; insinuação de ligação com colégio tradicional de Goiânia; além de oferecimento de ensino complementar de reforço escolar.

Justiça

Também na liminar, a Justiça proibiu as ampresas de realizarem novos contratos em Goiás enquanto não obtida a autorização e credenciamento dele no Conselho Estadual de Educação. Também foram acatados outros pedidos: imediata suspensão das propagandas do Projeto Futuro Militar Mirim/Brigadista Mirim; apresentação da relação de consumidores que contrataram o curso; proibição de celebração de novos contratos por ofensa ao Código de Defesa do Consumidor; imposição de multa diária, no caso de descumprimento.

O MP também foi pediu o bloqueio de valores das empresas no valor de R$ 300 mil. Este, contudo, não foi atendido pela Justiça, conforme o próprio Ministério Público. O Mais Goiás não conseguiu contato com a defesa das empresas. Caso haja interesse, o espaço segue aberto.