OPERAÇÃO GARITO

Justiça recebe denúncia contra 41 acusados de lavar dinheiro de jogos de azar

A juíza Placidina Pires recebeu denúncia contra 41 pessoas acusadas de associação criminosa e lavagem de…

Três pessoas são presas por administrarem máquinas de caça-níqueis em Goiânia
Três pessoas são presas por administrarem máquinas de caça-níqueis em Goiânia

A juíza Placidina Pires recebeu denúncia contra 41 pessoas acusadas de associação criminosa e lavagem de capitais e valores provenientes de jogos de azar em Goiânia. A acusação foi redigida pelo promotor de Justiça José Eduardo Veiga Braga Filho.  Os denunciados foram alvos da operação Garito, deflagrada pela Polícia Civil em junho do ano passado.

Segundo a denúncia, o grupo se dividia com três núcleos: o operacional, o logístico e o de lavagem de dinheiro. Estão no núcleo operacional as pessoas que trabalhavam nas casas de jogo (ou cassinos clandestinos). Eram, por exemplo, atendentes, motoristas que buscavam e levavam os clientes; gerentes e o chefe da organização criminosa, que, segundo o MP, é Arnaldo Rúbio Júnior.

O núcleo logístico é composto por pessoas que fabricavam as máquinas de videobingo; os responsáveis pela manutenção dos equipamento; os desenvolvedores de programas para melhorar o desempenho das máquinas; e os fornecedores de peças para reposição em caso de defeito ou apreensão.

O núcleo de lavagem de capitais é composto com Arnaldo e os seus demais sócios. Além deles, havia outras pessoas físicas e jurídicas envolvidas na tarefa de dissimular ou ocultar dinheiro, de acordo com a investigação.

Líder

De acordo com o promotor, Arnaldo não é apenas responsável por uma cadeia de jogos de azar no Estado, como também instituiu outras modalidades de jogo – alguns lícitos. “Através de suas máquinas distribuídas em estabelecimentos comerciais para realizar apostas e, de forma on-line, são oferecidos jogos do bicho, com a abreviação JB e produtos de caráter duvidoso quanto à legalidade, como apostas em jogos esportivos, riscadinhas e o Real Cap”, relata a peça acusatória.

O Real Cap inclusive foi citado na denúncia. O promotor explica que o título deveria ser um sorteio para angariar fundos para alguma instituição de caridade , mas vem sendo utilizado como verdadeiro jogo de azar, através de um simples sorteio.

[olho author=””]”Apesar de existir uma instituição de caridade vinculada ao Real Cap, pelo menos em tese, verificou-se, através da quebra do sigilo bancário, que a referida instituição está sendo utilizada para a lavagem de capitais do grupo criminoso”, pontua. [/olho]

O Mais Goiás entrou em contato com o Real Cap e aguarda um posicionamento. O portal não conseguiu contato da defesa de Arnaldo Rubio. O espaço permanece aberto para manifestação.

Inquérito policial

A investigação teve início em junho de 2019 para apurar denúncias sobre a existência de casas de jogos de azar que funcionavam como cassinos clandestinos. O Grupo Especial de Repressão à Narcóticos (Genarc) de Valparaíso de Goiás também descobriu que essas casas de jogos, instaladas nas cidades do Entorno do DF, estavam migrando para Goiânia desde a deflagração da Operação Monte Carlo, em 2012 – da qual Arnaldo foi condenado junto com o contraventor Carlinhos Cachoeira.

Com a identificação da existência do grupo criminosa, a corporação deflagrou a Operação Garito, em 19 de novembro deste ano. Na ocasião, os policiais cumpriram mandados de busca e apreensão nas residências e nas empresas dos denunciados. Também houve o cumprimento de mandados de prisão e foi colhida as oitivas dos envolvidos e testemunhas.

José Eduardo conta que as investigações apuraram que Arnaldo criou uma imobiliária com a única finalidade de lavar os valores obtidos nos jogos de azar ou pelo pagamento de subordinados para os funcionamentos dos cassinos.

A denúncia revela ainda que, após quebra de sigilo bancário e fiscal foi possível identificar que algumas empresas fazem parte de todo o esquema criminoso e lavavam os valores ou simplesmente ocultava o dinheiro recebido pelas casas de jogos ilegais.

No documento consta ainda que algumas dessas empresas eram de Arnaldo e, algumas delas, davam suporte aos demais cassinos com a utilização dos CNPJ para a aquisição de equipamentos eletrônicos para a montagem de máquinas caça-níqueis.