Justiça torna réus filha e genro por morte de fazendeiro em Campinorte
Inquérito da Polícia Civil indicou que os dois encomendaram o crime para ficar com a herança de R$ 3 milhões da vítima

A Justiça tornou réus a filha e o genro do fazendeiro Nelson Alves de Andrade, 73, assassinado em 1º de abril de 2024, após emboscada, em Campinorte, além de um trio que também teria atuado no crime. O inquérito da Polícia Civil indicou que os dois encomendaram o crime para ficar com a herança de R$ 3 milhões da vítima.
No começo do mês, o delegado Peterson Amin informou ao Mais Goiás que encaminhou o inquérito para o fórum com o indiciamento do casal e também dos outros três envolvidos no caso por “homicídio duplamente qualificado (pela emboscada e mediante promessa de pagamento)”.
Filha e genro já estão presos desde dezembro. Luiz Henrique da Silva de Lima Mendonça, de 22 anos, que seria o executor contratado, foi encontrado e detido em Novo Gama, no Entorno do DF, no começo de janeiro. Conforme o delegado Amin, ele teve auxílio de dois comparsas para fazer a emboscada, mas eles não foram presos por decisão da Justiça.
O Mais Goiás não conseguiu contato com as defesas dos réus, mas mantém o espaço aberto. Ao G1, o advogado da filha do fazendeiro disse que vai provar a inocência da mulher ao longo do processo criminal.
Crime contra o fazendeiro
O crime aconteceu no dia 1º de abril, quando o fazendeiro foi vítima de uma emboscada na zona rural de Campinorte. A filha e o genro de Nelson são suspeitos de planejar e ordenar o crime para ficar com a herança dele.
O suspeito de ser o executor do crime denunciou o casal após não receber o valor que foi acordado, diz a polícia. Em uma das mensagens divulgadas pela corporação, ele já tinha ameaçado a filha do fazendeiro: “Acho bom não me bloquear de novo, tá bom? Ou me paga, ou vai todo mundo para a cadeia, beleza?”
Conforme o delegado, eles já eram suspeitos antes do homem informar a corporação sobre detalhes do caso. “A denúncia ‘anônima’ reforçou a linha de investigação”, esclareceu.
Detalhes da execução
Conforme as apurações lideradas pelo delegado Peterson Amin, a filha e o genro contrataram Luiz Henrique da Silva de Lima Mendonça para organizar o crime, prometendo pagar R$ 20 mil a ele. O “organizador”, por sua vez, recrutou dois cúmplices, Vitor Manoel Martins Soares e Wilkison Durval Barbosa dos Santos, para executar o homicídio.
Com base nas informações sobre a rotina do idoso, os três montaram uma emboscada e se posicionaram na estrada onde Nelson passaria. Os suspeitos o abordaram enquanto ele conduzia uma motocicleta. A vítima foi atingida por dois disparos de arma de fogo e morreu no local.
As investigações revelaram que o casal planejava ficar com a herança deixada por Nelson, que incluía 20 alqueires de terra, 110 cabeças de gado, quatro imóveis em Campinorte e valores em contas bancárias. A filha é a única herdeira direta.