Laudo aponta falha na fiação de rua em que jovem morreu eletrocutada em Goiânia

O laudo da segunda perícia recebido pela Polícia Civil de Goiás (PCGO) aponta falha na rede elétrica que resultou na morte da estudante Nathaly Rodrigues do Nascimento, de 17 anos, durante temporal em 23 de setembro, no centro de Goiânia, como a ausêndia de espaçadores para impedir o contato entre cabos. O documento foi divulgado nesta terça-feira (4) pela TV Anhanguera. A jovem, que saía do trabalho e ia para a escola, em Bonfinópolis, onde morava, foi eletrocutada ao encostar em um fio de média tensão que se rompeu e caiu em uma rua alagada. Câmeras de segurança registraram o momento em que a vítima e um amigo, que sobreviveu, receberam a descarga.

Conforme a investigação, a fiação no local não possuía espaçadores, ou separadores de fase, ou seja, dispositivos que teriam impedido os cabos de se tocarem com a força do vento. A situação causou o curto-circuito e o rompimento. Ainda segundo a perícia, a concessionária Equatorial instalou os itens apenas após a morte da jovem. A polícia apura também o motivo da central de operações da empresa desligar o religamento automático, mudando-o para o manual.

Ao Mais Goiás, a Equatorial informou, em nota, que, até o presente momento, não há laudo emitido pela Polícia Científica a respeito do acidente. Ainda conforme a empresa, a investigação segue em andamento e sob sigilo. “A distribuidora esclarece que, em nenhum momento, as informações fornecidas às autoridades mencionam falha ou defeito na rede de energia elétrica da região. Ressalta-se que a infraestrutura do sistema encontrava-se regular e que as manobras operacionais realizadas no dia do ocorrido seguiram rigorosamente os protocolos técnicos aplicáveis ao setor elétrico.”

Nota completa da Equatorial:

“A Equatorial Goiás informa que, até o presente momento, não há laudo emitido pela Polícia Científica a respeito do acidente ocorrido no Centro de Goiânia, no dia em que a capital foi atingida por condições climáticas extremas. O procedimento investigativo conduzido pelas autoridades policiais segue em andamento e sob sigilo.

A distribuidora esclarece que, em nenhum momento, as informações fornecidas às autoridades mencionam falha ou defeito na rede de energia elétrica da região. Ressalta-se que a infraestrutura do sistema encontrava-se regular e que as manobras operacionais realizadas no dia do ocorrido seguiram rigorosamente os protocolos técnicos aplicáveis ao setor elétrico.

As causas do acidente permanecem sob apuração pelas autoridades competentes. A Equatorial Goiás segue acompanhando o caso e prestando todos os esclarecimentos necessários no âmbito das investigações.”

Caso

Ainda sobre o caso, uma câmera de segurança de um comércio situado na Rua 20, Centro de Goiânia, registrou o momento em que a adolescente Nathaly foi eletrocutada ao tentar atravessar a via. A gravação mostra quando a jovem cai logo após pisar em uma poça de água. Um rapaz que caminhava junto a ela permaneceu de joelhos e sobreviveu.

Segundo o Corpo de Bombeiros, quando as equipes chegaram ao local, constataram que a jovem estava em contato com uma fiação de média tensão. A área foi isolada pela Polícia Militar (PM) em conjunto com a Equatorial. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) confirmou o óbito ainda no local.

Em nota, à época, a Coordenadoria Regional de Educação (CRE) de Aparecida e a Escola Estadual Maria Aparecida de Almeida lamentaram a morte da estudante, que cursava o 2º ano do EJA. O texto destaca a dedicação, alegria e companheirismo de Nathaly, ressaltando a perda irreparável para toda a comunidade escolar. Também naquele momento, a Equatorial Goiás, responsável pela distribuição de energia no Estado, divulgou nota em que lamentou o acidente e se solidarizou com familiares e amigos da vítima. A empresa informou que tomou as medidas de segurança necessárias e que acompanhará a investigação das causas.