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Liberação de voos do Brasil para os EUA não anima agências de viagem em Goiás

Voar a passeio para os Estados Unidos? Dificilmente, avalia a agente de viagens Rosemary Chaves,…

Liberação de voos por Trump dificilmente se converte em busca por turismo
Liberação de voos por Trump dificilmente se converte em busca por turismo

Voar a passeio para os Estados Unidos? Dificilmente, avalia a agente de viagens Rosemary Chaves, da Bytour Viagens. Segundo ela, mesmo com a autorização de Donald Trump, o momento é de muita incerteza. “Aconselho [quem quiser] aguardar até fevereiro, quando já estará mais certa a posição do governo Biden em relação a viagens.”

Destaca-se, o presidente dos Estados Unidos Donald Trump, que deixa o cargo nesta quarta-feira (20), suspendeu as restrições de viagem a passageiros não-americanos vindos do Brasil e da Europa, na segunda (18). A medida, que tem previsão para valer a partir do dia 26, não deve ter vida longa. Isto, porque Jen Psaki, futura porta-voz da Casa Branca de Joe Biden, já anunciou que o próximo gestor não pretende liberar estes voos.

Até por isso, Rosemary adverte sobre estas incertezas. Ela lembra que, no ano passado, as procuras ocorreram normalmente até março – início da pandemia do novo coronavírus (Covid-19) no Brasil. Depois, praticamente zerou, mesmo antes de qualquer restrição.

“Neste período, houve procura somente para vistos.” A agente de viagens explica que a busca foi feita, em maioria, por cidadãos (com green card) ou por aqueles com documento de trabalho. “Fora isso, não houve procura”, relatou.

Estratégia política

O também agente de viagens Marcílio Velasco, da Azul Viagens, classificou a liberação de Trump como “estratégia política”. Segundo ele, caso alguém o procure neste momento, também vai pedir para esperar.

“As viagens de turismo não foram liberadas em nenhum momento, mas chegamos a ter algumas vendas de pessoas que acreditavam que a pandemia fosse acabar em novembro, por exemplo. Estão tendo que remarcar.”

Questionado sobre o número de vendas no período, ele afirma que foram bem poucos, difícil até de quantificar. “No começo até tiveram, mas voos únicos, de lá pra cá. As pessoas queriam ficar em quarentena no Brasil, então teve demanda de gente vindo”, elucidou.

Visão legal

A presidente da Comissão de Direito Internacional da OAB-GO, Fernanda Siqueira, pontua que caso algum brasileiro tente entrar no país e a restrição exista – mesmo que comece quando ele estiver no voo –, ele será barrado. “Aí a companhia aérea terá que remarcar. Existe toda uma tramitação com a empresa, por ser um motivo de força maior.”

Segundo ela, os países são soberanos sobre quem entra e quem sai. Desta forma, “isso é uma decisão discricionária. O chefe de Estado decide a qualquer momento e qualquer hora, sem justificativa”.