Transtorno de Acumulação Compulsiva

Limpeza compulsória retira 12 toneladas de entulho de casa na Vila Romana, em Goiânia

Idoso que vivia em situação de risco por acúmulo recebe suporte e imóvel é higienizado pela Prefeitura

Imagem da limpeza
Imóvel acumulava 12 toneladas de resíduos e apresentava focos do Aedes aegypti e escorpiões (Divulgação SMS)

Um idoso que vivia cercado por pilhas de objetos acumulados, na Vila Romana, Região Leste de Goiânia, teve o imóvel limpo nesta quarta-feira (12) durante uma ação compulsória da Prefeitura. Foram retiradas cerca de 12 toneladas de entulho e materiais sem utilidade que ocupavam praticamente todos os cômodos da casa. A medida, realizada pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS), contou com apoio da Comurg e da Guarda Civil Metropolitana (GCM).

Antes da intervenção, o idoso havia sido notificado e recebeu um prazo de dez dias para realizar a limpeza por conta própria, mas não conseguiu. “É um caso delicado, que vai além da sujeira. Existe sofrimento, isolamento e um tipo de apego emocional muito forte a tudo que é guardado. Por isso, a limpeza precisa ser acompanhada de cuidado psicológico”, explicou o auditor de Vigilância em Zoonoses, Jadson Lima.

Durante a ação, equipes da prefeitura ofereceram acompanhamento psicológico e psiquiátrico ao morador, que apresenta sinais de Transtorno de Acumulação Compulsiva. “A limpeza é só o primeiro passo. É preciso olhar para o ser humano que está ali, entender o que o leva a viver nesse limite”, completou o auditor.

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Imagem da ação
Imóvel tomado por móveis, garrafas e materiais inflamáveis teve intervenção da SMS (Divulgação SMS)

Segundo o secretário municipal de Saúde, Luiz Pellizzer, a situação já colocava em risco não apenas a saúde do morador, mas também a dos vizinhos. O acúmulo desordenado de objetos, muitos inflamáveis, favorecia o aparecimento de escorpiões, ratos e focos do mosquito Aedes aegypti. “Era uma casa tomada por coisas guardadas há anos. Quase não havia espaço para circular”, relatou Jadson

A operação também evitou riscos de incêndio e de proliferação de doenças. Após a retirada dos materiais, o imóvel passou por higienização e desinfecção.

Somente em 2025, 23 imóveis já passaram por limpezas compulsórias na capital. A ação é amparada pela Lei Federal nº 13.301/2016, que autoriza a entrada forçada em imóveis particulares em casos de risco à saúde pública.

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