Lista de vítimas de empresário e secretário de comunicação de Anápolis inclui políticos e influenciadores
"Eu era alvo dia sim, dia não, sobretudo nas caixas 'anônimas'…", revela uma influenciadora e suplente de vereadora

Entre as supostas vítimas de empresário e secretário de comunicação de Anápolis, presos por crimes contra a honra nas redes sociais, nesta sexta-feira (16), estão políticos e influenciadores. Uma delas é a suplente de vereadora e influenciadora Marcela Pimenta, que também fez denúncia à Polícia Civil (PCGO). No story do Instagram, ela confirmou ter sido alvo.
“Será que era por isso que aquela página de fofoca sempre falava mal de mim? Eu era alvo dia sim, dia não, sobretudo nas caixas ‘anônimas’… Nunca falavam mal do nosso digníssimo prefeito, certo?”, escreveu. O Jornal Opção apurou que, além da influencer, estão entre as vítimas a também influenciadora Kelly Pires, que até perdeu acordos comerciais, e o vereador Dominguinhos do Cedro (PDT). Médicos, empresários, pessoas jurídicas e pastores também procuraram a polícia. O Mais Goiás procurou o delegado responsável para mais detalhes, mas não teve retorno até o fechamento.
Ao todo, três pessoas foram presas durante a operação da Polícia Civil, que apura crimes contra a honra nas redes sociais. Entre os detidos estão o secretário municipal de Comunicação de Anápolis, Luis Gustavo Souza Rocha, e o jornalista Denilson da Silva Boaventura, publicitário e diretor de Operações do Portal 6. Eles são suspeitos de envolvimento em crimes contra a honra, perseguição e uso de identidade falsa por meio de perfis anônimos na internet.
As investigações começaram após uma vítima denunciar à polícia publicações difamatórias nas páginas “@anapolisnaroda”, “@anapolisnaroda2” e “@anapolisnaroda3”. Conforme a corporação, os perfis eram usados de forma sistemática para atacar a imagem de figuras públicas e privadas, causando constrangimento, medo e prejuízos emocionais.
A terceira pessoa presa foi Ellysama Aires Lopes Almeida, apontada como antiga administradora das contas e responsável por definir os conteúdos publicados. Segundo a Polícia Civil, ela teria orientado os demais integrantes a produzirem postagens ofensivas.
O trio vai responder pelos crimes de difamação, injúria, perseguição (stalking), falsa identidade e associação criminosa. As investigações apontam que o grupo atuava de maneira coordenada, utilizando perfis falsos para evitar a identificação.
A divulgação dos nomes e imagens dos envolvidos foi autorizada com base na legislação vigente, considerando o interesse público e a possibilidade de surgirem novas vítimas. A Polícia Civil orienta que qualquer pessoa que tenha sido alvo das postagens procure uma delegacia para registrar ocorrência e colaborar com as apurações.
Defesas
Advogado de Denílson Boaventura, Regis Davidson disse ao Mais Goiás, por meio de nota, “que ainda não tivemos acesso a totalidade dos autos, somente após iremos nos manifestar sobre o teor e objeto da investigação, reiteramos o compromisso de colaborar plenamente com as investigações e permanecerá à disposição da autoridade policial e Justiça“.
O advogado de Gustavo Rocha, Jadson Pacheco, por sua vez, disse que “a defesa aguardará o momento oportuno para prestar alguma declaração mais concreta, haja vista que ainda é temerário emitir qualquer tipo de informação”. O veículo de comunicação também tenta falar com a defesa de Ellysama Aires. Caso haja interesse, o espaço segue aberto. Já o Portal 6, por meio de nota, disse que acompanha os desdobramentos, mas que não tem relação com a situação.
Nota do Portal 6
“O Portal 6 acompanha os desdobramentos da operação da Polícia Civil que cumpriu em Anápolis mandados de prisão, de busca e apreensão contra os supostos envolvidos com os perfis do Instagram “Anápolis na Roda”.
Entre os alvos está Denilson Boaventura, publicitário e diretor de Operações do Portal 6. Ressaltamos que o veículo, que completa em 2025 10 anos de atividades, nada tem a ver com a situação.
O Portal 6 continuará acompanhado o caso e reportando todas informações que as autoridades competentes tornarem públicas”.