Mãe encontra o filho desacordado e coberto de tinta após trote universitário em Rio Verde; jovem foi hospitalizado
Universidade de Rio Verde publicou nota
Um jovem de 18 anos precisou ser hospitalizado após ser coberto de tinta preta em um trote universitário, em Rio Verde. A mãe do estudante encontrou o filho desacordado em um posto de combustíveis e disse que ele não conseguia movimentar os braços e as pernas. “Por pouco meu filho não veio a óbito”, disse a mulher, que preferiu não se identificar. O trote aconteceu na última quinta-feira (2).
Segundo a mulher, ela permitiu que o filho participasse do trote por acreditar que seria algo leve como o da filha, que quando passou na faculdade teve apenas o cabelo pintado.
Ainda de acordo com a mãe do universitário, ela havia combinado de buscar o filho após o evento. Entretanto, não conseguiu contato com ele. Enquanto o pai do garoto foi até a universidade, a mãe continuou tentando contato pelo telefone, até que o aparelho foi atendido por um desconhecido.
“Disseram que era um amigo dele, que tinham feito um trote e que ele estava caído em um posto”, relembrou.
Após pegar o filho no posto, ela o levou em casa para tirar a tinta, que ela suspeitava ser piche. Depois, levou o filho para o hospital.
“Ele não movimentava os braços e nem as pernas. Eu arrastei ele, o joguei no carro e corri para o hospital. Ele não chegou a entrar em coma, mas demorou muito para voltar em si”, disse ao G1.
Segundo a unidade de saúde, o estudante foi acometido com uma “intoxicação aguda que causa transtornos comportamentais devido ao uso de álcool“. À mãe, o garoto contou não se lembrar de boa parte das coisas que ocorreram durante o trote.
“Ele lembra que o fizeram ajoelhar e abrir a boca. Um jogava pinga, o outro cerveja e o outro óleo de soja. Depois ele não lembra de mais nada, só que acordou no hospital“, disse a mãe.
Apesar de já ter voltado a mexer braços e pernas, o garoto permanece fraco e em recuperação.
A Universidade de Rio Verde publicou uma nota sobre o caso. Leia na íntegra:
“Em relação ao caso divulgado em redes sociais sobre atos violentos sofridos por um calouro do curso de agronomia, a Universidade de Rio Verde – UniRV lamenta o ocorrido e repudia veemente a conduta antiética dos acadêmicos veteranos. Ainda, manifesta que a ação ocorreu fora das dependências da Instituição e, por isso, não tem jurisdição para coibir, cabendo assim, após a formalização administrativa junto à UniRV, o que foi feito por parte do prejudicado, a abertura de processo disciplinar que poderá culminar na expulsão dos envolvidos.
Informa também, que há uma Portaria Interna datada desde o ano de 2006, que proíbe quaisquer manifestações no âmbito dos espaços da UniRV no que tange a recepção de calouros e trotes que possam ocasionar problemas em relação à integridade física e moral, constituindo em infração de natureza grave, com sanções disciplinares conforme prevê o Regimento Geral da Universidade.
Semestralmente todos os coordenadores e seguranças da UniRV são atualizados em relação à Portaria, no sentido de orientar os acadêmicos veteranos sobres as responsabilidades administrativas e judicias quanto ao descumprimento.
O corpo diretivo da UniRV reitera a repulsa à conduta praticada e reforça que a ética é assunto rotineiro na formação dos acadêmicos da Instituição, onde se busca valorizar que a vida acadêmica deve ser exercida em respeito ao próximo, baseadas em virtudes focadas em um conhecimento reflexivo e atitudes que gerem o bem.”
*Com informações do G1