BALANÇO

Mais de 5,5 mil detentos de Goiás se inscrevem no Enem para adultos privados de liberdade

Número representa um aumento de 75% em relação ao ano passado

Mais de 5,5 mil detentos de Goiás se inescrevem no Enem para adultos privados de liberdade
Mais de 5,5 mil detentos de Goiás se inescrevem no Enem para adultos privados de liberdade (Foto: Polícia Penal)

A Polícia Penal de Goiás informou que 5.574 reeducandos e reeducandas do Estado se inscreveram para o Exame Nacional do Ensino Médio para adultos privados de liberdade (Enem PPL) deste ano. O número representa um aumento de 75% em relação ao ano passado (3.184). Entre 2019 e 2025, o avanço foi de 1.085%.

“Esse aumento exponencial reflete o forte compromisso da instituição com o ensino dos privados de liberdade. A educação, sem dúvida, é um dos grandes pilares da reintegração social”, afirma o diretor-geral Josimar Pires.

Segundo a Polícia Penal, ocorreram inscrições em 78 unidades. As provas acontecem nos dias 16 e 17 de dezembro, dentro das penitenciárias. No primeiro dia, o exame é de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias e Redação e Ciências Humanas e suas Tecnologias. Já no segundo, Ciências da Natureza e suas Tecnologias e Matemática e suas Tecnologias.

Sobre o Enem PPL, ele avalia o desempenho do participante que concluiu o Ensino Médio. Além disso, permite acesso ao Ensino Superior por meio de programas como Sisu (Sistema de Seleção Unificada), ProUni (Programa Universidade para Todos) e Fies (Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior) por critérios utilizados pelo Ministério da Educação (MEC).

Doutorado no presídio

Neste mês, um reeducando da Penitenciária Coronel Odenir Guimarães (POG), no Complexo Prisional Policial Penal Daniella Cruvinel, em Aparecida de Goiânia, defendeu uma tese de doutorado de forma online, um feito inédito no Estado. “Fui aprovado”, comentou ao Mais Goiás, satisfeito com o resultado dos estudos e também acerca do apoio que recebeu da Diretoria-Geral de Polícia Penal (DGPP) de Goiás.

Graduado em Design Gráfico e mestre em Cultura Visual, ambos pela Universidade Federal de Goiás (UFG), ele começou o doutorado em 2020, mas foi preso por crimes sexuais em agosto de 2024. Durante o cárcere, ele imaginou que sua tese, que abrange as áreas de artes visuais, computação e museologia e também deficiência visual, não iria adiante. Contudo, ele teve apoio da instituição de ensino, por meio de seu coordenador, e da DGPP.