Operação Old School

Maurício Sampaio está entre investigados pelo MP em operação contra antiga Agetop

O empresário Maurício Sampaio, acusado de mandar matar o jornalista Valério Luiz, está entre os…

Maurício Sampaio, acusado de mandar matar o jornalista Valério Luiz, é investigado em operação contra Agetop (Foto: Reprodução)
Maurício Sampaio, acusado de mandar matar o jornalista Valério Luiz, é investigado em operação contra Agetop (Foto: Reprodução)

O empresário Maurício Sampaio, acusado de mandar matar o jornalista Valério Luiz, está entre os investigados da operação realizada na manhã de sexta-feira (30) pelo Ministério Público (MP). A iniciativa  apura irregularidades praticadas por servidores da antiga Agência Goiana de Transportes e Obras Públicas (Agetop) em pelo menos 10 obras, com crimes como corrupção ativa e passiva, falsidade ideológica, organização criminosa e lavagem de dinheiro.

A relação de Maurício Sampaio com as irregularidades apuradas pelo Ministério Público ocorreria através de Tiago Oliveira, sócio oculto de uma empresa favorecida pelo esquema e do qual é próximo, segundo o MP. Tiago é sobrinho do engenheiro da Agetop Eduardo Martins Abrão apontado como pivô do esquema e que seria o responsável pela arrecadação de vantagens indevidas, por meio de irregularidades, com participação da Goiás Construtora S.A  supostamente ocorridas no âmbito em duas obras públicas: as rodovias GO-020 e GO-080.

Esquema

A investigação aponta que Tiago Oliveira era administrador da Tef Engenharia LTDA, com a participação de Eduardo Martins Abrão Filho, filho do engenheiro da Agetop, e era responsável por seis contratos com a agência pública. Tiago é primo de Eduardo Filho, que foi retirado da sociedade quando assumiu cargo de fiscal de obras da Agetop.

O Ministério Público aponta, com quebra de sigilo bancário, ficou constatado que as construtoras, cujas as fiscalizações foram feitas por Eduardo Martins Abrão, remeteram cheques em nome de Walter Araújo Melo e Luiz Menezes Pizzamiglo, mas compensados na conta do engenheiro investigado. Os valores alcançam R$ 610.844. A movimentação total nas contas de Eduardo Martins chegam a R$ 9,2 milhões, de origens diversas, entre os anos de 2013 e 2015, quantia considerada incompatível com os salários recebidos.

Construtoras

Verônica Gomes Abrão, esposa de Eduardo, e o filho são apontados pelo Ministério Público como atores de relevância no esquema. A mulher seria responsável pelo controle dos negócios entabulados pelo engenheiro, enquanto Eduardo Filho realizava transações financeiras, controle de despesas e transferências bancárias.

Através de diligências à Tef Engenharia, o Ministério Público constatou a presença de Warley de Jesus Ferreira, Tiago Oliveira e Maurício Sampanho. Tiago e Maurício utilizavam os mesmos veículos, registrados em nomes de empresas vinculadas aos filhos do ex-dirigente do Atlético Clube Goianiense. As investigações também constataram, após quebra de sigilo bancário, remessa de R$ 1.721.133,56 para filhos de Maurício. Ele, entretanto, não tem vínculo formal com as empresas.

O cumprimento de mandados de busca e apreensão foi pedido para colheita de provas. “Diante do exposto, o GAECO [Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (MP-GO)] asseverou ser imperioso o melhor esclarecimento das circunstâncias em que o referido investigado dava expediente nas empresas e as transações financeiras entabuladas entre as empresas investigadas e seus filhos as empresas em nome destes, manifestando, assim, pela necessidade de colheita de outras provas, as quais só podem ser obtidas mediante a consecução de medidas que permitam o acesso a locais em que possam se encontrar registros dessa intrincada teia de relações urdida para ocultar atores envolvidos em condutas delituosas”, diz o pedido do MP à Justiça.

O Mais Goiás tenta contato com as defesas dos acusados. O canal está aberto para a livre manifestação.

A Operação

A Operação Old School foi deflagrada na manhã de sexta-feira, com cumprimento de 21 mandados de busca e apreensão em Goiânia, Aparecida de Goiânia e Senador Canedo. Segundo apurado pelo Ministério Público, as empreiteiras investigadas faziam pagamentos indevidos a fiscais responsáveis pelas medições das obras. Os pagamentos eram feitos por intermediários, em forma de dinheiro ou em vantagens, como recebimento de percentual de serviço.