ANÁLISE

Ministério Público de Goiás deve analisar morte de Lázaro Barbosa como crime doloso

O Ministério Público de Goiás (MPGO) deve analisar a morte de Lázaro Barbosa como crime…

Lázaro Barbosa foi morto em confronto policial em 2021. (Foto: Divulgação / PCGO)

O Ministério Público de Goiás (MPGO) deve analisar a morte de Lázaro Barbosa como crime doloso. O inquérito que investiga o confronto de cinco policiais militares e o homem apontado como autor da chacina de uma família no Distrito Federal (DF) chegou ao órgão neste mês e está sendo analisado. O caso ocorreu no final de junho de 2021, após cerca de 20 dias de caçada ao criminoso.

O inquérito, de praxe neste tipo de situação, foi instaurado pela Corregedoria da Polícia Militar (PMGO) para apuração dos fatos ocorridos no confronto. Segundo informações do Correio Braziliense, o parecer da Corregedoria foi para o arquivamento, pois entendeu que os militares Edson Luis Souza Melo Rocha, Cleiton Pereira de Paula, Ronyeder Rogis Silva, Arivan Batista Arantes e Joubert Teodoro Alves agiram em legítima defesa.

O Mais Goiás apurou que o processo chegou ao Ministério Público e foi destinado a uma promotoria que trata acerca de crimes militares. Ao analisar o inquérito, no entanto, a promotoria entendeu que, como houve o resultado morte, o caso deve ser tratado como crime doloso.

Assim, o processo foi designado à promotoria que analisa este tipo de conduta. Em nota enviada à reportagem, o MP informou que o caso segue sob análise para as devidas providências, e, “portanto, não houve o oferecimento de eventual denúncia” dos militares.

O Portal entrou em contato com a PM em busca de um posicionamento e aguarda retorno. O espaço está aberto para manifestação.

Relembre

Lázaro Barbosa, apontado como autor da chacina contra uma família no DF e uma série de outros crimes na região do Entorno, morreu após confronto com a PM, no dia 28 de junho de 2021. Ele tirou noites de sono de moradores da região de Cocalzinho após ficar foragido em regiões de mata. O homem foi procurado por cerca de 20 dias em uma operação com mais de 270 agentes das forças de segurança de Goiás e Distrito Federal, sendo encontrado em Águas Lindas de Goiás.

Segundo a Secretaria de Segurança Pública de Goiás (SSP-GO), o homem descarregou uma pistola contra os policiais. No revide, ele foi atingido com tiros no peito, barriga e cabeça. Ele chegou a ser encaminhado para o hospital, mas não resistiu. Vale citar, a captura e a morte ocorreram após a denúncia de que o criminoso estaria na casa da ex-sogra, em Águas Lindas de Goiás.

Lázaro se tornou o homem mais procurado do País após a morte do empresário Cláudio Vidal, 48; dois filhos dele, Gustavo Marques, 21; e Carlos Eduardo Vidal, 15; e sequestro da esposa dele, Cleonice Marques, 43, no dia 9 de junho. A mulher foi encontrada morta em um córrego da região de Sol Nascente (DF), dois dias depois.

Naquele momento, Lázaro, que era conhecido como mateiro experiente, começou a fuga, que mobilizou as forças de segurança do Estado e, rapidamente, as do DF. Logo nos primeiros dias ele chegou à região de Cocalzinho de Goiás e baleou três pessoas. A presença do criminoso assustou moradores por causa de invasões em suas propriedades e furtos. Comerciantes do município chegaram a fechar seus estabelecimentos.

Em 13 e 14 de junho, a força-tarefa ganha reforço: três helicópteros e mais de 210 agentes da PMGO, PMDF e Polícia Federal (PF). No dia 15, ele fez três pessoas de uma família reféns em uma propriedade rural a 5 km de distância do povoado de EdilândiaOs reféns foram libertados após troca de tiros com a polícia e o suspeito fugiu por um Rio próximo da fazenda.

Em 24 de junho, uma reviravolta: o fazendeiro Elmir Caetano Evangelista, de 75 anos, e o caseiro Alain Reis de Santos, foram presos pela polícia suspeitos de ajudarem Lázaro Barbosa a se esconder em matas na região de Cocalzinho. Aos policiais, o caseiro afirmou que o fazendeiro deu comida, abrigo e chegou a conversar com Lázaro.

A Justiça, então, liberou o caseiro e mudou a prisão em flagrante para preventiva do fazendeiro. As buscas continuaram até a denúncia, em 28 de junho, de que Lázaro estava no condomínio da ex-sogra, em Águas Lindas, e que teve auxílio de ex-companheiras.

Depois da morte

Em 2 de julho, o corpo de Lázaro foi enterrado um cemitério de Cocalzinho de Goiás. O funeral ocorreu em cerimônia reservada para a família e durou cerca de 30 minutos. Em 7 de julho, o inquérito contra o caseiro preso por suspeita de ajudar Lázaro foi arquivado. O fazendeiro, por sua vez, se tornou réu.

Já no dia 24 de julho de 2021, a Polícia Civil impôs sigilo a dados da operação que resultou na morte de Lázaro. Ainda naquele mês, as duas ex-companheiras e a ex-sogra de Lázaro foram processadas por ajudar o então fugitivo. O Ministério Público, entretanto, propôs o pagamento de multa para encerrar a ação.

Confira o Mais Goiás.doc sobre o caso: