Moradores do Garavelo denunciam abandono do Parque Tamanduá
Falta de acessibilidade, insegurança e degradação ambiental são marcas de descaso
Moradores do Setor Garavelo denunciam situação de abandono do Parque Tamanduá, em Aparecida. De acordo com liderança local, há degradação e insegurança na área de proteção ambiental. No local, faltam lixeiras, banheiros públicos, e grades que protegem acesso à mata do parque. Falta de iluminação pública e rampas de acessibilidade também são apontados como descaso.
Genely de Almeida é uma liderança local do setor Garavelo, em Aparecida. Ela administra uma página do bairro nas redes sociais com mais de mil seguidores onde faz publicações à serviço da comunidade. Genely denuncia o estado de abandono do Parque Tamanduá há anos. “Se as autoridades não tomarem alguma providência, nossa mata vai virar um verdadeiro lixão”, diz Genely.
Ela declara que o descarte de resíduos feitos no interior e na imediação da área de preservação ambiental são constantes. “Os próprios moradores não colocam lixeira na porta das suas casas e tem coragem de atravessar a rua e colocar no parque. Tudo é feito na frente dos guardas que deveriam proteger o local”.
A liderança comunitária culpa a falta de proteção das grades danificadas pelo aumento de lixo no interior da mata. “Dói o coração a gente caminhar no parque e ver que ele está se transformando em local de descarte de lixo”, declara. Ela afirma que as grades estão danificadas desde o último ano, quando houve queda de algumas árvores pela chuva.

Genely denuncia também a falta de banheiros públicos, lixeiras e placas de proibição de descarte de lixo. Além disso, cobra iluminação pública e segurança no espaço. “A iluminação pública aqui só existe em parte do parque e são aquelas lâmpadas amarelas, que dificultam a visibilidade e compromete a segurança do nosso parque”, lamenta.
Acessibilidade
Edivânia Matos é cadeirante e mora nas imediações do Parque Tamanduá. Além do abandono do local, a moradora do Garavelo diz que a acessibilidade no parque fica comprometida por falta de rampas de para cadeirantes, que são poucas. “O parque está praticamente abandonado e existem muitos pontos que precisam ser revistos. As rampas de acesso à pista de caminhada, por exemplo, são dispostas apenas nos cantos da pista. Se precisar acessar pelo meio da quadra do local, fica impossível”, declara Edivania.

A cadeirante revela que a queda de algumas árvores no último ano danificou parte das grades que separa a pista de caminhada do interior da mata no parque, mas o Poder Público nunca recolocou as proteções. Segundo Edivânia, a falta de grades de proteção e e de iluminação pública trazem forte sensação de insegurança no local durante à noite.

“A gente fica preocupado porque a mata pode ser usada como esconderijo de alguém mau intencionado. Além disso, falta iluminação pública. Em alguns lugares fica muito escuro à noite e pode ter risco de assalto, roubo”, afirma.
Além de contribuir com a insegurança, a falta de grades faz com que haja invasões da mata para descarte ilegal de resíduos o que torna mais grave a degradação da área de proteção ambiental do espaço.
Abandono

Um estudo de caso do Parque Tamanduá em Aparecida de Goiânia foi exposto no Seminário Internacional de Arquitetura, Tecnologia e Projeto em 2013 e demonstrou o local não consegue cumprir função social de parque ecológico pois revela sinais de abandono e degradação do leito do Córrego Tamanduá, cuja nascente está dentro da mata do parque.
O Parque Ecológico Municipal do Tamanduá foi criado em 2004, possui aproximadamente nove quilômetros de extensão e abriga a nascente do córrego na área oeste do Residencial Park Garavelo. O curso d’água deságua no Córrego Santo Antônio, vizinho ao Residencial Cândido de Queiroz e por sua vez desemboca no Rio Meia Ponte, em Aparecida.
O que diz a prefeitura
Ao Mais Goiás, o secretário do meio ambiente do município, Cláudio Everson, admite que a degradação do Parque Ecológico Tamanduá é grave. “Realmente há uma situação avançada de assoreamento da nascente do córrego que nasce no interior da mata do parque. O local necessita de ser recuperado”.
De acordo com o secretário, a Prefeitura de Aparecida está pleiteando um empréstimo de grande aporte cuja contrapartida seria a recuperação de áreas de proteção ambiental do município. Por meio de nota, a Prefeitura de Aparecida explica que o Parque Tamanduá está incluso no projeto de revitalização da administração municipal e prevê investimento por meio de financiamento, em fase de negociação com Banco Internacional.
Ainda de acordo com a nota, o projeto conta com elaboração de gestão ambiental, supervisão das obras ambiental, urbanismo e paisagismo de cinco parques municipais, entre eles o Parque Tamanduá no Setor Garavelo.
Reformas
Sobre os danos no mobiliário urbano, a nota informa que os trabalhos de limpeza, reforma, construção e manutenção de praças e parques têm sido realizados constantemente pelas equipes da Secretaria de Desenvolvimento Urbano (SDU), responsável por coordenar e executar a política dos serviços de limpeza urbana, de coleta de entulhos e reciclagem, iluminação e outras providências.
A SDU explica ainda que serviços paliativos de manutenção são realizados frequentemente em praças e parques do município, considerando o cronograma da pasta que visa atender todas as regiões da cidade. A pasta acrescenta ainda que boas práticas de cidadania e de preservação ambiental, além do uso correto dos equipamentos públicos, são importantes medidas para manter a conservação de praças, parques, espaços de convivências e outros.