DESFECHO FAVORÁVEL

Empresários e motoristas fecham acordo e evitam greve no transporte coletivo

Pelo entendimento firmado, os trabalhadores terão reajuste salarial de 6,5%, incluindo 1,64% de ganho real

Motoristas do transporte coletivo da Região Metropolitana de Goiânia deram fim à possibilidade de greve após entrarem em acordo com empresários (Foto: Jucimar de Sousa)

Após semanas de impasse e risco de paralisação, trabalhadores e empresários do transporte coletivo de Goiânia e Região Metropolitana fecharam acordo em audiência realizada no Tribunal Regional do Trabalho da 18ª Região (TRT-GO), no fim da tarde desta segunda-feira (30). Com o entendimento, a greve prevista para começar nesta terça-feira, 1º de julho, foi oficialmente descartada e o serviço continuará operando normalmente.

O acordo foi mediado pela desembargadora Iara Teixeira Rios e contou com a participação do juiz auxiliar da presidência do TRT, Rodrigo de Silveira, e do procurador-chefe do Ministério Público do Trabalho em Goiás (MPT), Alpiniano Lopes. A proposta final foi apresentada pelo próprio MPT e aceita por ambas as partes após rodadas de conciliação.

Pelo entendimento firmado que evitou a greve, os trabalhadores terão reajuste salarial de 6,5%, incluindo 1,64% de ganho real. O vale-alimentação será reajustado em 7%, e a gratificação por venda a bordo também será corrigida em 6,5%. Os valores serão pagos de forma retroativa a 1º de março e quitados em quatro parcelas a partir do mês seguinte à assinatura do acordo.

O pacote que evitou a greve também inclui benefícios sociais. Trabalhadores em licença médica e aqueles que forem desligados até 15 de outubro deste ano terão direito à cesta de alimentação. Já os profissionais que estiverem a até 24 meses da aposentadoria terão estabilidade no emprego. O fornecimento de uniformes completos, com três camisas (duas de manga longa) e duas calças, também foi assegurado.

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“Encerramos as tratativas da nossa data-base com uma proposta construída pelo Ministério Público do Trabalho e a Justiça do Trabalho, que garante reajuste real para todos os trabalhadores, inclusive para aqueles que não participaram diretamente da mobilização”, afirmou o advogado e fundador do Sindicoletivo, Nábson Santana.

O Sindicato das Empresas de Transporte Público Coletivo (SET) classificou o desfecho como positivo e destacou que o acordo evita prejuízos à população. “Foi uma solução boa pra todo mundo. Garantimos a continuidade do serviço e contemplamos os interesses de todas as partes”, disse o presidente do SET, Adriano Oliveira.

Ele também destacou o papel das instituições na construção do consenso. “A Justiça do Trabalho teve uma mediação justa e equilibrada, e o Ministério Público do Trabalho foi essencial ao apresentar uma proposta que aproximou os lados. O transporte sai vencedor.”