Ensino público

Movimento secundarista se posiciona contra implantação de OSs na educação em protesto

A Avenida Anhanguera foi palco de um protesto contra a implantação das Organizações Sociais (OSs)…

A Avenida Anhanguera foi palco de um protesto contra a implantação das Organizações Sociais (OSs) nas escolas estaduais na manhã desta segunda-feira (19). Cerca de 200 estudantes, de acordo com os manifestantes, participaram da caminhada contra a gestão compartilhada, que eles chamam de terceirização do ensino público em Goiás, que percorreu a Avenida Anhanguera.

O ato começou com concentração ao lado do Terminal Praça A, em Campinas, e saiu por volta das 9h30 até a porta da Secretaria Estadual de Educação, Cultura e Esporte (Seduce). Depois, a manifestação seguiu até a Praça do Bandeirante, no cruzamento das Avenidas Anhanguera e Goiás, onde foi encerrada.

Alunos, parentes e professores pediram mais investimentos em uma escola estadual pública sem a interferência da iniciativa privada por meio das OSs. Com cartazes que traziam frases como “Em defesa da escola pública” e “Em Goiás tem escola de luta”, os participantes disseram que tentaram ser recebidos pela secretária Raquel Teixeira, da Seduce, mas que não houve diálogo.

No evento de convocação para o protesto de hoje, os estudantes questionaram o processo que está em andamento de implantação das OSs na educação estadual. “Dia 19/09 irá ocorrer a entrega dos envelopes de qualificação das OSs que irão gerir as 23 escolas da região de Anápolis. Em poucos dias a educação pública goiana pode tomar um rumo totalmente diferente, extremamente pior do que estamos acostumados a ver. Em forma de repúdio e para barrar tudo isso irá ocorrer essa manifestação contra as Organizações Sociais.”

Os estudantes pedem que os alunos de toda a rede estadual que não concorda com o protesto façam protestos em suas cidades, como também aconteceu na manhã desta segunda em Uruaçu. “Se não houve diálogo, nossa única arma é essa: ocupar as ruas, as salas de aula e todos os lugares possíveis para defender nossas escolas contra a implementação desse projeto que vai destruir a educação pública de Goiás”, disseram os manifestantes.

Resposta
A Seduce, por meio de nota, disse que convidou alguns representantes da manifestação a entrar no prédio da pasta e dialogar com o órgão, mas que não houve um acordo. “O processo de chamamento das entidades interessadas em gerir 23 unidades educacionais da regional de Anápolis está em andamento. A abertura dos envelopes com as propostas será nesta quarta-feira, 21/09.”

Leia a nota completa
“A Secretaria de Educação, Cultura e Esporte de Goiás (Seduce) respeita a livre manifestação e reitera que a pasta continua aberta ao diálogo para sanar qualquer dúvida a respeito do projeto piloto de gestão compartilhada com organizações sociais.

Os manifestantes, que se concentraram no Terminal Praça A, seguiram pela Avenida Anhanguera até a sede da Seduce. Por meio de intermediadores, a pasta convidou representantes do movimento a ingressar no prédio e conversar com os responsáveis pelo novo chamamento. O convite foi recusado e os manifestantes seguiram sentido Centro.

Forças da Segurança Pública e da Secretaria Municipal de Trânsito acompanharam tudo para garantir a tranquilidade dos manifestantes, motoristas e servidores da Secretaria.

A Seduce reafirma seu compromisso de levar uma educação pública, gratuita e de qualidade a todos os estudantes da rede, por meio do projeto de gestão compartilhada. O processo de chamamento das entidades interessadas em gerir 23 unidades educacionais da regional de Anápolis está em andamento. A abertura dos envelopes com as propostas será nesta quarta-feira, 21/09.

É importante ressaltar que o novo modelo manterá a gestão democrática, autonomia do Conselho Diretor e o papel do diretor, que terá ainda missão de interlocutor da Seduce na unidade escolar. A responsabilidade pela educação continua sendo do Estado, com a diferença de que toda a carga administrativa, prestação de contas, burocracia e infraestrutura será de responsabilidade da OSs, permitindo que diretores e professores tenham mais tempo para se dedicarem às necessidades dos alunos.

Seduce”