Mulher é presa em Jataí por chefiar esquema de tráfico internacional de mulheres para Ásia e Europa
No exterior, vítimas eram submetidas a longas jornadas, coação, chantagem e monitoramento constante
Uma mulher apontada como chefe de um esquema que aliciava brasileiras para exploração sexual no exterior foi presa na quarta-feira (10) em Jataí, Goiás, durante uma operação da Polícia Federal (PF). A ação também bloqueou bens e valores do grupo criminoso que podem chegar a R$ 58 milhões. A corporação investiga o envio de mulheres para países da Ásia e Europa. Ao todo, já foram identificadas cerca de 100 vítimas.
Segundo a PF, a investigação revelou que o grupo recrutava mulheres por meio de redes sociais e aplicativos de mensagens, oferecendo altos ganhos e viagens financiadas. Muitas aceitavam a proposta acreditando em uma oportunidade de trabalho, sem imaginar que seriam submetidas a condições degradantes.
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No exterior, as vítimas eram obrigadas a trabalhar longas jornadas de até 15 horas por dia, tinham documentos retidos e eram constantemente monitoradas por aplicativos de geolocalização. Quem quisesse “folgar” precisava pagar 500 euros às aliciadoras. Além disso, eram submetidas a ameaças, chantagem e coação, tornando o ambiente completamente controlado pelo grupo criminoso.
O esquema incluía ainda ganhos financeiros para as aliciadoras, que ficavam com metade dos programas das vítimas e cobravam pela divulgação de perfis, telefonistas e hospedagem. Parte do dinheiro era movimentada em criptomoedas, dificultando o rastreamento das operações financeiras.
A investigada presa em Jataí poderá responder pelos crimes de tráfico internacional de pessoas, redução à condição análoga à de escravo e organização criminosa. Segundo a Polícia Federal, a operação contou com cooperação internacional, por meio da Europol, e ocorreu simultaneamente no Brasil e na Europa, com foco na coleta de provas e responsabilização dos envolvidos.
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