violência policial

Mulher que denunciou PMs por sequestro e tortura é incluída em programa de proteção a testemunhas

Policiais, que estão presos, foram acusados de tortura, extorsão, sequestro, violação de domicílio, falsidade ideológica e organização criminosa armada

Justiça proíbe divulgação de curso irregular de formação de brigadistas mirins em Goiânia
Justiça proíbe divulgação de curso irregular de formação de brigadistas mirins em Goiânia (Foto: Divulgação - MPGO)

Uma mulher de 28 anos, que alegou ter sido sequestrada e torturada por seis policiais militares, em Goiânia, foi incluída no programa federal de proteção a testemunhas. Os militares estão atualmente detidos em um batalhão da polícia. A vítima afirma ter sido levada para uma mata no Bairro Boa Vista, em Goiânia, em 7 de janeiro, onde foi torturada pelos policiais. Ela teria sido abordada quando voltava para casa com outras quatro pessoas, incluindo um bebê.

A mulher denunciou o crime ao Ministério Público de Goiás e à Corregedoria da Polícia Militar. Ela teria recebido socos, chutes, tapas e choques elétricos enquanto tinha braços e pernas atados. Mulher também alega ter passado por sessões de afogamento.

PMs acusados de tortura

Os policiais foram acusados de tortura, extorsão, sequestro, violação de domicílio, falsidade ideológica e organização criminosa armada na Justiça Militar. Eles deverão ser ouvidos nos próximos dias.

Entre os suspeitos estão: soldado Guilherme Carrijo Alvarenga; soldado Lúcio Monsef Ferreira; cabo Gabriel Vinícius Lourenço Freitas; terceiro sargento Márcio Junqueira da Silva; cabo Celimar dos Santos Ferreira; e soldado Iago Henrique Costa Silva.

Galões para possível afogamento

De acordo com o Ministério Público, foi obtido o relatório do GPS da viatura da Polícia Militar, que aponta que a viatura esteve em uma região afastada ao final da Avenida Goiás Norte, no Bairro Boa Vista, das 21h12 às 21h30. No local, foi encontrada uma clareira em uma área de mata densa e quatro galões, que, segundo o MP, possivelmente foram usados para afogar a vítima.

Segundo o promotor Pedro Henrique Guimarães Costa, as ações dos policiais não se assemelham a atividades policiais, mas sim a uma série de crimes graves, sem justificativa.

Militares

Os advogados dos policiais envolvidos afirmaram que se manifestarão apenas nos autos do processo. A Polícia Militar informou que instaurou um processo administrativo disciplinar e um inquérito policial, que foi concluído e enviado à Justiça, e que não compactua com desvios de conduta.