Mulheres negras e periféricas de Goiânia se reúnem por autocuidado e experiências
Ação integra projeto contemplado pelo edital Enfrentando o Racismo a Partir da Base, do Fundo Brasil de Direitos Humanos
O Grupo de Mulheres Negras Malunga realiza uma oficina de autocuidado com mulheres negras e periféricas neste sábado (30), às 14h, em Goiânia. O evento com inscrição gratuita acontece no Jardim América. Coordenadora do colegiado, Valdicelia Malunga ressalta a importância do movimento. “Lutamos contra violência de gênero e racial, e fazemos essa oficina de autocuidado e cuidado coletivo. Para trocar ideias e experiências”, convida. As inscrições podem ser feitas pelo link https://forms.gle/BuA6TUSJHgKrZBzD8.
Ainda sobre o evento, ele tem como tema “O Bem Viver das Mulheres Negras e Periféricas – Estamos em Marcha” e vai reunir mulheres em um espaço de partilha e fortalecimento. Também participam da oficina representantes da rede Mães Pela Paz Goiás, movimento que atua em defesa da vida da juventude negra nas periferias e pela reparação por meio da verdade.
A ação integra o projeto “Omi Okun Malunga: fortalecendo as águas Malunga”, contemplado pelo Edital Enfrentando o Racismo a Partir da Base, com financiamento do Fundo Brasil de Direitos Humanos.
Vítimas
É preciso destacar que as mulheres negras seguem como as maiores vítimas de crimes contra a vida no País. Em 2023, foram registrados 2.662 homicídios contra elas, conforme dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e Fórum Brasileiro de Segurança Pública. O número representa 68,2% dos assassinatos femininos.
Já o Anuário da Segurança Pública deste ano revela que 63,6% das vítimas de feminicídio em 2024 foram mulheres negras. O número total deste crime foi de 1.492, um aumento de 0,7% em relação a 2023 (os homicídios totais de mulheres, que incluem os feminicídios, foram de 3,7 mil no ano passado, sendo 119 em Goiás).
Conforme o anuário, “em relação à raça, a maior parte das vítimas de feminicídio são negras (63,6%). Isso significa que, mesmo que a violência de gênero vitimize todas as mulheres, há mais chances de mulheres negras serem vítimas do crime de ódio do que mulheres brancas, as quais representam 35,7% do total das vítimas em 2024. Esse número é bastante semelhante ao percentual de mortes violentas intencionais de mulheres pretas no Brasil em 2024, de 68,6%, e 30,7% de mulheres brancas mortas”.