PROTESTO

“Não existe saúde sem enfermagem”, diz sindicalista sobre suspensão do piso da categoria

Roberta Rios, presidente do Sindicato dos Enfermeiros de Goiás (Sieg), diz que a categoria vai lutar contra a liminar

A presidente do Sindicato dos Enfermeiros de Goiás (Sieg), Roberta Rios, disse que a categoria vai lutar contra a suspensão do piso salarial. (Foto: Jucimar de Sousa/Mais Goiás)
A presidente do Sindicato dos Enfermeiros de Goiás (Sieg), Roberta Rios, disse que a categoria vai lutar contra a suspensão do piso salarial. (Foto: Jucimar de Sousa/Mais Goiás)

A presidente do Sindicato dos Enfermeiros de Goiás (Sieg), Roberta Rios, disse que a “enfermagem carrega o serviço de saúde”. Para ela, “não existe saúde sem enfermagem”, e, por isso, a categoria não vai aceitar a liminar que suspendeu a lei do piso salarial. A fala foi feita ao Mais Goiás, durante protesto realizado por profissionais da área em frente ao Hospital de Urgências Governador Otávio Lage (Hugol), em Goiânia, na manhã desta segunda-feira (5).

De acordo com Roberta Rios, a categoria está mobilizada em razão de uma liminar concedida pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, que suspendeu, por 60 dias, a lei do piso salarial. A sindicalista explica que a lei do piso foi promulgada no último dia 4 de agosto. A lei prevê pagamento mínimo de R$ 4.750 para enfermeiros; R$ 3.325 para técnicos de enfermagem e R$ 2.375 para auxiliares e parteiras.

Ocorre que no último domingo, 4 de setembro, o ministro do STF, Luís Barroso, expediu liminar suspendendo os efeitos da lei, a pedido da Confederação Nacional de Saúde, Hospitais e Estabelecimentos de Serviços (CNSaúde), que defende que o piso é insustentável e causaria demissões por conta de orçamento.

“A justificativa do ministro é que a lei fique suspensa até ser feito um estudo do impacto financeiro do piso salarial. Acontece que esse estudo já foi feito pelo Dieese antes mesmo da aprovação da lei. É algo constitucional. Um direito nosso”, pontuou Roberta Rios.

Sentimento de ‘injustiça’ e ‘revolta’

À reportagem, a presidente do Sindicato dos Enfermeiros de Goiás disse que a categoria encara a suspensão do piso como uma “injustiça”. “Nosso sentimento é de revolta. “Nós sabemos que fazemos a diferença. A enfermagem, os enfermeiros, os técnicos e os auxiliares carregam o serviço de saúde. É a categoria mais numerosa e que está presente em todos os espaços e níveis de complexidade. Não existe saúde sem enfermagem.
Nossa luta não vai parar”, disse.

Roberta Rios afirma que a luta da categoria vai continuar para reverter a decisão. “Foi uma liminar tão somente para atender os interesses dos grandes hospitais, planos de saúde, tudo em prol do lucro, com a exploração do trabalho da enfermagem. Lutamos para conseguir o piso e continuaremos na luta”.

Nesta semana, novas manifestações devem ocorrer em Goiânia. Uma mobilização nacional da categoria está prevista para ocorrer na próxima sexta-feira (9).