CRISE

Após nova crise na Nascer Cidadão, Paço reforça ‘necessidade’ de trocar gestão de maternidades

Prefeitura mantém urgências e reforça transição para OSs

Prefeitura diz que suspensão na Maternidade Nascer Cidadão reforça necessidade da mudança de gestão das maternidades (Foto: Divulgação)

Em mais um episódio da crise e queda de braço entre Prefeitura e Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas (Fundahc), a Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia (SMS) afirmou nesta quinta-feira (21/8) que a suspensão dos atendimentos na Maternidade Nascer Cidadão confirma a necessidade de mudança no modelo de gestão das unidades, atualmente tocada pela entidade ligada à Universidade Federal de Goiás (UFG).

Por meio de nota encaminhada ao Mais Goiás, a pasta informou que encaminhou equipe para acompanhar a situação in loco e reorganizar os fluxos de atendimento. De acordo com a SMS, permanecem em funcionamento os atendimentos de urgência e emergência, as consultas ambulatoriais e a assistência a pacientes internados. Gestantes sem quadro urgente estão sendo encaminhadas para a Maternidade Dona Íris, Hospital das Clínicas e Hospital Estadual da Mulher.

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“A nova paralisação e a falta de regularidade na assistência oferecida aos usuários evidenciam ainda mais a necessidade de troca do atual modelo de gestão das unidades de saúde”, afirmou a secretaria. A Prefeitura já anunciou que os convênios com a Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas (Fundahc) serão encerrados no dia 29 de agosto, quando três organizações sociais (OSs) assumirão a administração das maternidades em caráter emergencial.

Cremego cobra providências

A manifestação da Prefeitura veio após o Conselho Regional de Medicina de Goiás (Cremego) decidir oficiar a SMS em caráter de urgência, cobrando providências sobre a suspensão iniciada às 18h desta quinta-feira. O órgão também vai acionar o Ministério Público Estadual e outras autoridades.

Segundo o presidente do Cremego, Rafael Martinez, a Direção Técnica da unidade tomou a decisão de interromper os serviços diante da falta de condições seguras para a prática médica. A ausência de anestesiologistas inviabilizou partos e cirurgias de urgência.

Fundahc reage

Em resposta à Prefeitura de Goiânia, a Fundahc reagiu. Também por meio de nota encaminhada ao portal Mais Goiás, afirmou que a restrição de serviços na Maternidade Nascer Cidadão é pontual e que os atendimentos devem ser retomados integralmente ainda nesta sexta-feira (22). A entidade reforçou que as tratativas feitas em conjunto com a Universidade Federal de Goiás (UFG) sobre a dívida da SMS com a fundação não foram respondidas pelo Executivo.

“Ainda não há um planejamento claro para a implementação de um novo modelo de gestão, especialmente em um cenário de atrasos financeiros e condições de trabalho comprometidas, o que gera insegurança entre os profissionais e impacta diretamente a estabilidade dos serviços de saúde”, destacou a fundação.

A Fundahc disse ainda que segue empenhada em adotar medidas cabíveis para garantir respeito aos colaboradores e minimizar prejuízos à população.

Crise das maternidades

A suspensão da Nascer Cidadão é mais um capítulo da crise nas maternidades públicas de Goiânia. Em julho, o Hospital Célia Câmara já havia interrompido partos e cesáreas pela mesma razão. O quadro pressiona a Prefeitura a acelerar a transição de gestão das unidades, prevista para o fim do mês.