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Novembro Azul: Unimed Goiânia reforça cuidados e orientações sobre câncer de próstata

Campanha reforça a importância do diagnóstico precoce e quebra de tabus na saúde masculina

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Dr. Rodrigo Lima, presidente da Sociedade Brasileira de Urologia - Seccional Goiás. Médico-urologista cooperado da Unimed Goiânia. CRM-GO 15274. (Foto: Unimed Goiânia)

O câncer de próstata representa não apenas um desafio médico, mas também social, por sua alta incidência e pelo impacto direto na qualidade de vida dos homens. É o tipo de câncer mais comum entre eles no Brasil, ficando atrás apenas do câncer de pele não melanoma. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), a estimativa para o período de 2023 a 2025 é de 71.730 novos casos por ano, com uma taxa de 67,86 a cada 100 mil homens. Esses números reforçam a importância do diagnóstico precoce, que pode mudar completamente o rumo da doença — quando descoberto no início, o câncer de próstata tem até 95% de chance de cura.

Apesar disso, ainda existe um grande obstáculo cultural: muitos homens evitam ir ao médico, têm receio do toque retal ou ignoram sintomas até que seja tarde demais. A detecção antecipada se baseia principalmente em dois exames que se complementam: o PSA (antígeno prostático específico) e o toque retal. O PSA é uma proteína produzida pela próstata e pode aumentar por vários motivos, como inflamações, aumento benigno da próstata e, claro, pelo câncer. Já o toque retal, mesmo com o preconceito que ainda enfrenta, permite identificar alterações como nódulos e endurecimentos que nem sempre aparecem no exame de sangue.

A combinação dos dois exames é essencial para aumentar a chance de um diagnóstico correto. Segundo o Inca, 59,2% das biópsias feitas após alterações no PSA ou no toque retal confirmaram câncer — o que mostra a importância do rastreamento conjunto. A Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) recomenda que homens sem sintomas iniciem a conversa sobre rastreamento aos 50 anos. Já aqueles com histórico familiar de primeiro grau ou homens negros, grupo com maior risco, devem começar aos 45. Em todos os casos, a decisão deve ser tomada em conjunto com o médico, considerando benefícios e possíveis riscos, como exames ou tratamentos desnecessários.

Nos últimos anos, a medicina avançou muito, tornando o diagnóstico e o tratamento mais precisos e menos invasivos. Tecnologias como a cirurgia robótica e as novas técnicas de radioterapia oferecem abordagens mais seguras, com recuperação mais rápida e maior preservação da qualidade de vida dos pacientes.

O movimento Novembro Azul tem papel fundamental ao quebrar tabus e estimular decisões baseadas em informação confiável. Nenhum exame sozinho é perfeito, mas a combinação de PSA e toque retal continua sendo a principal forma de reduzir mortes, desde que usada de forma individualizada e com acompanhamento profissional. É essencial que os homens deixem o medo de lado e entendam que a chance de cura depende, principalmente, de um diagnóstico precoce.

A campanha também amplia o debate sobre outras questões de saúde masculina. Além do câncer de próstata, ela chama atenção para infecções urinárias, aumento benigno da próstata e temas relacionados à sexualidade. O urologista deve ser visto como aliado na busca por bem-estar e qualidade de vida. Cuidar da saúde não diminui a masculinidade — pelo contrário, é um gesto de responsabilidade e coragem.

Superar barreiras culturais, ampliar o acesso aos exames e investir em informação de qualidade são passos fundamentais para que mais homens consigam um diagnóstico precoce. Enfrentar o câncer de próstata vai além dos consultórios: é um compromisso social que envolve conscientização, cuidado e valorização da ciência.