meio ambiente

Novo deslizamento acontece no lixão de Padre Bernardo, cinco meses após o primeiro

Deslizamento aconteceu na pilha antiga de resíduos do lixão, a mesma em que houve o 1º desabamento em junho de 2025

Novo deslizamento acontece no lixão de Padre Bernardo, cinco meses após o primeiro (Foto: Reprodução)
Novo deslizamento acontece no lixão de Padre Bernardo, cinco meses após o primeiro (Foto: Reprodução)

A Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) foi notificada, no começo da noite de quarta-feira (12), a respeito de um novo deslizamento de resíduos sólidos no lixão da empresa Ouro Verde, em Padre Bernardo. A comunicação foi feita pelos representantes dos donos do empreendimento.

A informação é a de que o deslizamento aconteceu na pilha antiga, a mesma em que houve o primeiro desabamento (no dia 18 de junho de 2025), e não na pilha formada pelos resíduos que foram removidos do córrego Santa Bárbara nos últimos meses. Esse maciço antigo tem cerca de 250 mil toneladas e estima-se que 3 mil toneladas tenham deslizado na quarta.

A equipe de fiscalização da Semad está no local desde as primeiras horas da manhã e constatou que, dessa vez, não houve contaminação do córrego Santa Bárbara, cujo leito passa dentro do imóvel. Importante lembrar que, no primeiro do desabamento, caíram sobre o curso hídrico aproximadamente 42 mil toneladas de lixo e que todo esse montante já foi retirado pela Ouro Verde.

Acredita-se que o episódio dessa quarta tenha sido causado pelas chuvas que caíram na região. Elas podem ter provocado instabilidade no maciço.

Entenda o caso

O desmoronamento da pilha de resíduos no lixão da empresa Ouro Verde aconteceu durante a manhã do dia 18 de junho de 2025. Funcionários relataram ter percebido horas antes da instabilidade do talude, o que deu-lhes tempo de se afastar e, por isso, não houve feridos. O Estado só soube do ocorrido pela imprensa, porque a Ouro Verde não comunicou a Semad.

As primeiras semanas depois da tragédia foram marcadas pela inação dos proprietários do lixão e pela ausência de ações mitigadoras do dano causado. Semad, bombeiros, Defesa Civil, ICMBio e prefeitura de Padre Bernardo se mobilizaram para tomar as primeiras providências enquanto pressionavam a Ouro Verde a se mexer. A Semad aplicou multa de R4 37,5 milhões e obteve na Justiça o bloqueio de bens.

Por fim no dia 11 de julho, a empresa aceitou assinar um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) se comprometendo com ações e prazos a serem respeitados dali em diante. Uma dessas ações era a de recolher todo o lixo que desmoronou sobre o córrego, que foi concluída no dia 8 de outubro.

O lixão não tinha licença ambiental para existir. Ele operava graças a decisões liminares concedidas pela Justiça Federal e pela Estadual, que ignoraram pareceres técnicos insistentemente divulgados pela Semad e os apelos do Ministério Público (tanto o Estadual, quanto o Federal).

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