Paciente perde a vez no atendimento e agride médica com cabeçadas na UPA Flamboyant, em Aparecida
Agressora cumpre pena por homicídio
A médica Ana Paula Martins denuncia ter sido agredida fisicamente por uma paciente durante um plantão na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Flamboyant, em Aparecida de Goiânia, na noite de terça-feira (25). Segundo a profissional, a mulher se revoltou após perder a vez no atendimento e a atingiu com duas cabeçadas no rosto, além de ameaçá-la de morte. A agressora foi detida pela Guarda Civil Municipal (GCM) e levada à delegacia.
De acordo com Ana Paula, a paciente não respondeu às chamadas feitas pelo painel eletrônico e, mesmo após a médica ir pessoalmente até a recepção para chamá-la, não compareceu ao consultório. Diante da ausência, o atendimento seguiu para os próximos da fila.
A mulher então procurou a médica no momento em que ela preparava a internação de outro paciente. Ao ser informada de que precisaria aguardar o próximo médico da troca de plantão, ela impediu que a profissional saísse da sala e iniciou as agressões.
A médica relatou o episódio em um vídeo publicado nas redes sociais, no qual aparece com hematomas no rosto. Visivelmente abalada, ela criticou a recorrência de episódios de violência nas unidades de saúde. “Não falo apenas de dor física, mas de dor emocional. Cada dia está mais difícil trabalhar no SUS. É falta de estrutura, falta de segurança e um desrespeito crescente aos profissionais”, desabafou.
Ana Paula afirmou ainda que a situação de precariedade atinge todas as equipes das unidades de saúde. “Não é só o médico. Técnico, recepcionista, enfermeiro… todos enfrentam precariedade de materiais, estrutura física ruim, falta de segurança e pacientes cada vez mais hostis, que não respeitam o tempo de espera nem o processo de triagem”, declarou.
Agressora cumpre pena por homicídio
A GCM informou que, ao chegar à UPA, encontrou a mulher exaltada e precisou contê-la. Durante a ocorrência, os agentes constataram que a agressora cumpria pena em regime semiaberto pelo crime de homicídio e deveria usar tornozeleira eletrônica, o que não ocorria no momento da abordagem. Ela foi conduzida ao 4º Distrito Policial, no Garavelo.

O caso foi registrado como lesão corporal grave, com base no Artigo 129, §1º, inciso I, do Código Penal. A médica passou por exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML). A Polícia Civil dará continuidade às investigações.
O Conselho Regional de Medicina de Goiás (Cremego) divulgou nota de repúdio e se solidarizou com Ana Paula. O órgão reforçou que tem intensificado ações para combater situações de agressão em unidades de saúde. “Profissionais que se dedicam a salvar vidas precisam ser respeitados”, diz o comunicado.
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Nota GCM
A GCM de plantão foi imediatamente acionada, conteve a agressora e impediu a continuidade da violência, garantindo a segurança da equipe e a retomada dos atendimentos na unidade. Em seguida, uma viatura conduziu a suspeita ao 4º DP, no Garavelo, onde o caso foi formalizado.
O episódio foi enquadrado como lesão corporal grave, conforme o Art. 129, §1º, inciso I, do Código Penal. A médica passou por exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal, e as investigações seguem sob responsabilidade da Polícia Civil.
A Prefeitura de Aparecida reforça que não tolera qualquer forma de violência contra profissionais de saúde e que todas as situações dessa natureza serão tratadas com rigor. As unidades de urgência e emergência do município contam com videomonitoramento, botão de pânico e presença de GCM de plantão, garantindo maior segurança às equipes e aos pacientes, além de assegurar a continuidade dos serviços prestados à população.