Memorial

Pais que perderam filhos de forma prematura terão espaço terapêutico, em Goiânia

Mães e pais que perderam os filhos de forma prematura, mesmo gestacional, terão um memorial…

Bosque dos Anjos será espaço para pais que perderam filhos de forma prematura
Bosque dos Anjos será espaço para pais que perderam filhos de forma prematura

Mães e pais que perderam os filhos de forma prematura, mesmo gestacional, terão um memorial inaugurado neste domingo (1º). O Bosque dos Anjos será lançado, às 9h, no Parque Nova Esperança e o objetivo é promover encontros entre pais de luto, que queiram compartilhar experiências e homenagear entes queridos.

Serão distribuídos  materiais sobre luto parental. Além disso, as famílias vão plantar árvores como símbolo dos que partiram. No domingo, serão mil mudas. Porém, a Prefeitura de Goiânia vai disponibilizar, posteriormente, outras 100. A proposta é iniciativa do Projeto Amor no Céu, Projeto Acolhedor e ONG Ágora.

Inauguração

O evento de inauguração tem apoio da Prefeitura de Goiânia. “Convidamos a sociedade em geral para estar lá, familiares e profissionais também. Sabemos que psicólogos, obstetras e doulas estarão lá no dia”, explica Juliana.

Segundo ela, foi escrita uma pequena cartilha para ser distribuída com orientação sobre o luto e onde procurar ajuda. “Então a gente espera que este bosque, com este plantio, este espaço, seja um passo no processo de elaboração do luta de muita gente”, finaliza. O espaço fica na Avenida Central, 1829, no Jardim Nova Esperança.

Idealização

Juliane Colombo, psicóloga, é uma das idealizadoras. Ela faz parte do Projeto Acolhedor, com as amigas e psicólogas Letícia, Michelle e Sherloma. Ao lado do marido, Felipe, Sherloma foi uma das entusiastas da Lei Gregório, que garante direito ao luto gestacional e neonatal a famílias que perderam os bebês prematuramente, em Goiânia.

Ela explica também é “mãe de anjo”. Depois da sanção da Lei Gregório no dia 15, Juliane e as colegas pensaram na ideia do Bosque. “Mas não esperávamos que as secretarias municipais da Mulher, de Assistência Social, Infraestrutura e da Agência Municipal de Meio Ambiente se envolvessem no projeto.”

Para a psicóloga, foi “surpreende”. “Em pouco tempo tanta gente apareceu pra ajudar, tanta coisa aconteceu. O nosso objetivo em torno destas ações é mostrar que, embora esses filhos tenham partido tão cedo, eles existem e são amados. A perda gestacional e neonatal são lutos silenciados. A sociedade não ‘vê’ que mesmo quem perdeu um bebê com idade gestacional inicial possa sofrer.”

Ela revela que, após a perda de seu bebê, com oito semanas de gestação, conversou muito com sua família sobre o assunto. Mas, só depois dessa perda é que sua a contou que também perdeu o primeiro filho, há quase 60 anos, e quase ninguém sabia. “Imagine carregar isso sem poder compartilhar com o outro?”