CAIFÁS

Papa Francisco é colocado como testemunha em processo de bispo de Formosa

O papa Francisco foi colocado como testemunha de Dom José Ronaldo Ribeiro, bispo afastado das…

O papa Francisco foi colocado como testemunha de Dom José Ronaldo Ribeiro, bispo afastado das funções na Mitra de Formosa. O argentino cardeal Jorgio Mario Bergolio, nome social de Francisco, está entre as 31 pessoas arroladas pelos advogados do bispo, acusado pelo Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) por supostos desvios de R$ 2 milhões dos cofres da Santa Sé. A Operação Caifás se desenvolveu após denúncias de fiéis. Os depoimentos serão colhidos em uma Audiência de Instrução e Julgamento, agendada para agosto deste ano.

Bispo Dom José Ronaldo, de Formosa, (Imagem: Ministério Público de Goiás)

Dom Ronaldo tem recebido apoio da Igreja Católica desde que foi preso na operação, junto com outros 6 religiosos e dois empresários, apontados como laranjas. Autorizado pelo judiciário goiano a responder o processo em liberdade, o bispo de Formosa tem preparado a defesa com advogados. Entre as testemunhas arroladas pela defesa do bispo, atém do Santo Padre, está a maior autoridade da Igreja Católica no País, o núncio apostólico, com poder de embaixador do Vaticano no Brasil, Dom Giovanni D’Aniello.

Núncio Apóstólico, Dom Giovanni D’Aniello, também arrolado como testemunha (Foto: Divulgação)

O bispo-auxiliar-emérito de Brasília Dom João Evangelista Martins Terra, 93, já havia se pronunciado através de carta reservada aos bispos do Brasil. Para religioso, denunciadores ou pessoas que provocaram e cumpriram a prisão do bispo Dom José Ronaldo — maior autoridade da Igreja Católica de Formosa e região — estão automaticamente excomungados. Com título Uma nova Questão Religiosa no Brasil, texto determina: “Lanço a excomunhão a todos os que foram responsáveis e a todos os membros de suas famílias, esposas e filhos, na esperança de que se arrependam, se convertam e reparem suas falcatruas”.

RELEMBRE
A operação, batizada de Caifás, foi deflagrada pelo Ministério Público de Goiás (MP-GO), em Formosa, Posse e Planaltina, com objetivo de desarticular uma associação criminosa que desviava recursos da cúria, administração central, da Diocese de Formosa e de algumas paróquias ligadas a ela.

À época, dos 13 mandados de prisão requeridos, nove foram autorizados, os quais somam-se aos 10 mandados de busca apreensão executados. Segundo informações da assessoria de imprensa do MP, nas residências inspecionadas, foram apreendidos dinheiro em espécie, joias e relógios entre outros objetos de valor, os quais seriam frutos das condutas criminosas.

No dia 17 de abril, o bispo de Formosa Dom José Ronaldo Ribeiro teve alvará de soltura expedido após decisão unânime da 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO), que realizou nova análise do processo seguindo orientação do Superior Tribunal de Justiça (STJ). A decisão do colegiado foi comunicada pela relatora do processo, desembargadora Carmecy de Oliveira.