Impunidade

Passeata lembra os quatro anos do assassinato do radialista Valério Luiz

Uma passeata no Centro de Goiânia na manhã desta terça-feira (5/7) lembrou os quatro anos…

Uma passeata no Centro de Goiânia na manhã desta terça-feira (5/7) lembrou os quatro anos do assassinato de Valério Luiz de Oliveira e a demora do julgamento dos cinco acusados pelo crime. Durante o evento, familiares e amigos do radialista e cronista esportivo clamaram por justiça e pela celeridade do processo.

“Hoje faz quatro anos do assassinato do meu pai. A gente fez as passeatas nos aniversários de um ano, dois anos, três anos, e fizemos novamente agora para marcar posição”, relatou o advogado Valério Luiz Filho, que desde a morte do pai tem atuado ativamente ao lado do avô, o deputado estadual Manoel de Oliveira, pela condenação dos acusados. “Ninguém foi condenado, o júri ainda não aconteceu. É importante manter isso na memória das pessoas”, afirma.

Segundo as apurações do caso, Valério foi morto a tiros no dia 5 de julho de 2012 devido às duras críticas que fazia à direção do Atlético Clube Goianiense. Respondem pelo crime o então vice-presidente e atual presidente do clube, Maurício Borges Sampaio – acusado de ser o mandante do crime –, o PM Ademá Figuerêdo – suposto autor dos disparos –, o sargento Djalma da Silva, o motorista Urbano Malta e o açougueiro Marcos Vinícius.

Apesar de as investigações do caso terem sido encerradas em 2013, os acusados ainda não foram julgados devido a trâmites do processo no Judiciário. Os acusados apresentaram agravos para que recursos já negados pela Justiça goiana sejam analisados pelos Tribunais Superiores, em Brasília, o que tem provocado a demora na marcação do Júri.

Segundo Valério, conforme esperado pela acusação, os recursos começaram a ser rejeitados no Superior Tribunal de Justiça (STJ). “Estamos esperando o esgotamento dos recursos neste ano para que tenhamos o júri no ano que vem”, diz o advogado.

Enquanto isso, os acusados aguardam o julgamento em liberdade, o que traz a Valério e sua família – que já foram alvos de ameaças – o sentimento de apreensão. “Eles são todos perigosos, têm histórico de violência. Sabemos que limites eles não têm”, diz. “Agora, no momento, eles têm recursos jurídicos. Quando não tiverem recurso nenhum, eles vão se sentir acuados e a gente vai tomar todas as nossas precauções. O medo e o receio vão crescer à medida que o júri se aproxima”, ressalta.