INVESTIGAÇÃO

Pastor apontado como lobista do MEC responde a processo por fundação fantasma em Aparecida (GO)

O pastor Gilmar Santos, apontado como lobista do Ministério da Educação (MEC), responde a um…

O pastor Gilmar Santos, apontado como lobista do MEC, responde a um processo por suposta fundação fantasma, na cidade de Aparecida (Foto: reprodução)
O pastor Gilmar Santos, apontado como lobista do MEC, responde a um processo por suposta fundação fantasma, na cidade de Aparecida (Foto: reprodução)

O pastor Gilmar Santos, apontado como lobista do Ministério da Educação (MEC), responde a um processo por suposta fundação fantasma, na cidade de Aparecida de Goiânia. A ação civil foi proposta pelo Ministério Público em 2018. Segundo o órgão, a entidade “acéfala” nunca prestou contas de suas atividades e do dinheiro movimentado às autoridades competentes. As informações são da Revista Veja.

De acordo com o processo, o pastor é dono da Fundação Gilmar Santos desde 1995. Segundo as investigações, o MP identificou que a entidade recebeu doação de dois imóveis – uma chácara e um lote – nunca registrados. As doações, conforme aponta o órgão, foram feitas pela organização religiosa “Missão em Cristo”, que era representada pelo próprio pastor.

“A fundação Gilmar Santos foi registrada no ano de 1995 induzindo o Ministério Público a erro quanto à existência de patrimônio para sua constituição. Desde então, nunca constituiu seu patrimônio, nunca prestou contas ao Ministério Público e não se tem notícia alguma de atividade em Aparecida de Goiânia”, ressaltou o promotor Reuder Cavalcante Motta, responsável pela ação.

A 4ª Promotoria também ressalta que, mesmo sendo notificado, Gilmar nunca prestou contas ao MP. Ainda segundo o processo, a Fundação não apresenta nenhuma evidência de atividade. O promotor pediu à Justiça a extinção da entidade. O processo segue em tramitação e registrou movimentações recentes, do último dia 21 de março.

O Mais Goiás tenta contato com o pastor. O espaço está aberto para manifestação.

Entenda a polêmica envolvendo o pastor Gilmar Santos, apontado como lobista do MEC

No último dia 21 de março, o jornal “Folha de S. Paulo” divulgou áudio em que mostra um suposto “gabinete paralelo” no Ministério da Educação. Em conversa gravada e obtida pela reportagem, o ministro Milton Ribeiro diz atende uma solicitação do presidente Jair Bolsonaro e que o Governo Federal prioriza prefeitos cujos pedidos de liberação de verba foram negociados com os pastores Gilmar Santos e Arilton Moura, que teria pedido 1 kg de ouro para liberar dinheiro no MEC.

“Foi um pedido especial que o presidente da República fez para mim sobre a questão do [pastor] Gilmar […] porque a minha prioridade é atender primeiro os municípios que mais precisam e, em segundo, atender todos os que são amigos do pastor Gilmar”, afirma o ministro em conversa entre os religiosos e alguns prefeitos.

Em nota, o ministro da Educação negou que o presidente Jair Bolsonaro tenha pedido atendimento preferencial a prefeituras apadrinhadas por pastores. Ribeiro afirmou ainda que todas as solicitações feitas à pasta são encaminhadas para avaliação da área técnica.

Após a polêmica, Gilmar disse nas redes sociais que “um dia faz declaração a outro dia”. “Aqui está o mesmo pastor Gilmar Santos para falar e viver a verdade. Este servo, que Deus sempre usou para ministrar a palavra, a cura e a inspiração […] meus amores, fiquem em paz em nome de Jesus. Meu abraço ungido para vocês”, afirmou no vídeo sem mencionar o suposto esquema no Ministério da Educação

Dias após da polêmica, o ministro Milton Ribeiro pediu demissão do cargo.