Caso médico

PC indicia médica que deixou plantão e estudante por morte de idosa, em Santo Antônio da Barra

A Polícia Civil (PC) indiciou, na última quarta-feira (12), a médica Nayara França e o estudante de…

A Polícia Civil (PC) indiciou, na última quarta-feira (12), a médica Nayara França e o estudante de medicina Paulo Caixeta pela morte de Aurora Pereira Teixeira, 75 anos, ocorrida no dia 15 de maio em um hospital de Santo Antônio da Barra. A médica teria deixado o plantão com o estudante e vai responder por homicídio culposo. Já Paulo Caixeta foi indiciado pelo exercício ilegal da profissão.

A PC concluiu que Nayara deveria ter aguardado outro médico ou não ter se ausentado do plantão até que o outro médico tivesse chegado. “Portanto, houve o indiciamento dela no homicídio culposo, quando não há intenção de matar. Foi um ato de negligência”, afirma o delegado Danilo Fabiano Carvalho.

Sobre o estudante Paulo, o delegado explicou, também, as razões de indiciá-lo. “Pelo fato dele ter ficado na unidade de atendimento básico e ali clinicar durante o plantão, será indiciá-lo por exercício ilegal da profissão”, disse. Segundo o delegado, outros dois médicos, que trocaram o plantão entre si, não foram responsabilizados.

Respostas

Por meio de nota, Jefferson Silva Borges, advogado do estudante, disse que “as investigações evidenciaram que a conduta do estudante Paulo em nada contribuiu para o resultado morte da senhora Aurora. Recebemos com tranquilidade a conclusão das investigações e aguardamos a formulação da opinião delitiva pelo Ministério Público, que poderá oferecer denúncia ou requerer novas diligências, se entender necessárias”.

Segundo Vanderlan Júnior, advogado da médica, “a defesa da Dra. Nayara França esclarece que reservará ao direito de manifestar apenas em eventual processo”.

O caso

De acordo com a Polícia Civil, quem deveria estar no plantão do Hospital de Santo Antônio da Barra era uma médica contratada por uma empresa terceirizada da Prefeitura da cidade. Porém, ela comunicou que, no dia, acompanharia um parente em um exame.

A médica passou o plantão para um colega, mas ele não foi trabalhar, por problemas de saúde. Portanto, quem estava atendendo no dia era o estudante de medicina Paulo Caixeta. De acordo com a PC, o acadêmico medicou a idosa e a liberou. Pouco tempo depois, Aurora voltou a se sentir mal, mas não havia nenhum médico para examiná-la. Ela morreu enquanto aguardava atendimento.

As investigações da PC apontam que o estudante teria saído antes do fim do plantão. A família da vítima disse que acreditava que o estudante fosse médico.