CASO ROBERTINHO

PMs acusados de matar adolescente em Goiânia, em 2017, vão a júri popular

Julgamento ocorre a partir das 8h30, no Fórum Cível da capital

Policial condenado por morte do adolescente Robertinho, em Goiânia, foge de presídio militar
Policial condenado por morte do adolescente Robertinho, em Goiânia, foge de presídio militar (Foto: Arquivo Pessoal)

Os policiais militares Cláudio Henrique da Silva, Paulo Antônio de Souza Júnior e Rogério Rangel Araújo Silva enfrentarão o tribunal do júri, na quarta-feira (17), pela morte do adolescente Roberto Campos da Silva (Robertinho), de 16 anos, em 2017, na capital. Eles também são acusados de tentativa de homicídio ao pai da vítima, Roberto Lourenço da Silva, de 42 anos.

Segundo o Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO), o julgamento ocorre a partir das 8h30, no Fórum Cível de Goiânia. O juiz Lourival Machado da Costa, da 2ª Vara Criminal dos Crimes Dolosos contra a Vida e Tribunal do Júri, preside.

Em relação aos réus, Paulo responderá por homicídio triplamente qualificado e tentativa de homicídio simples. Os demais réus serão julgados por dupla tentativa de homicídio simples. Além disso, os três são acusados, também, dos crimes de abuso de autoridade e fraude processual.

Antes do início da sessão, todavia, o juiz irá apreciar um pedido de redesignação do julgamento. Ou seja, adiar a sessão para outra data.

Caso

Ainda em 2017, o Ministério Público de Goiás (MPGO) denunciou os soldados da Polícia Militar Cláudio Henrique da Silva, Paulo Antônio de Souza Júnior e Rogério Rangel Araújo Silva pelos crimes de tentativa de homicídio, homicídio triplamente qualificado, abuso de autoridade e fraude processual, no caso que culminou com a morte do adolescente Roberto Campos da Silva (Robertinho), no dia 17 de abril de 2017, no Residencial Vale do Araguaia, em Goiânia.

Vale citar, Robertinho foi morto depois que policiais militares não caracterizados cortaram a energia da casa onde o jovem morava com a família e invadiram o local. Eles estariam averiguando uma denúncia de tráfico de drogas na região e teriam sido confundidos com ladrões pelo pai de Robertinho.

Por isso, ele teria realizado disparos, provocando a reação dos policiais, que invadiram a residência e dispararam contra as duas pernas e o abdômen de Robertinho, que morreu na hora. O pai dele também foi baleado e precisou ser internado no Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo).

Outro ponto

Segundo o MP, os PMs, depois de perceberem a situação, teriam resolvido alterar os fatos para não serem responsabilizados pelo crime. Conforme a denúncia, os policiais passaram a mascarrar o local do crime para simular uma troca de tiros com a vítima Roberto Lourenço, pai de Robertinho, para alegar legítima defesa.

Um dos agentes, inclusive, teria utilizado a arma da vítima que estava no chão para disparar contra o portão, de dentro para fora. Além disso, os três denunciados começaram a recolher os estojos das munições referentes aos disparos efetuados dentro do imóvel.

Tribunal do júri

Réus:

  • Cláudio Henrique da Silva
  • Paulo Antônio de Souza Júnior
  • Rogério Rangel Araújo Silva

Juiz:

  • Lourival Machado

Advogado dos acusados:

  • Thales José Jayme

Ministério Público:

  • Renata de Oliveira Marinho e Souza
  • Sebastião Marcos Martins

Assistente de acusação:

  • Luiz Juvêncio de Oliveira

Número de testemunhas:

  • 17 testemunhas, das quais 12 dos réus e 5 do MP.

Tempo de duração:

  • Caso seja instalado, a previsão é de duração de dois dias.