RACISMO EM GOIÂNIA

Polícia pede que Ifood complemente dados no caso de racismo contra entregador

A Polícia Civil (PC) ajuizou na Justiça, na segunda-feira (23), um pedido complementar para que…

As mensagens racistas por meio do aplicativo Ifood foram enviadas por um perfil falso, que não estava em Goiás. (Foto: reprodução)

A Polícia Civil (PC) ajuizou na Justiça, na segunda-feira (23), um pedido complementar para que o Ifood forneça novas informações sobre o caso de racismo contra um entregador Elson Oliveira Santos, 39, trabalhador de uma hamburgueria de Goiânia. No último dia 10 de novembro, a empresa repassou alguns dados, mas, segundo a corporação, informações consideradas fundamentais para a investigação não foram fornecidas.

Como o caso corre em segredo de Justiça, a PC não informou quais dados ainda não foram enviados. No pedido complementar ajuizado na Justiça, a Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Cibernéticos (DERCC) também solicitou que a empresa provedora de conexão forneça os dados de usuário investigado. O nome da provedora também não foi informado.

O Mais Goiás entrou em contato com o Ifood por email e aguarda retorno. O espaço permanece aberto para manifestação.

Relembre

O caso aconteceu em 25 de outubro, após um pedido ser feito com destino de entrega ao condomínio Aldeia do Vale. Na ocasião, uma cliente de uma hamburgueria localizada no Setor Goiânia 2, se recusou a ser atendida por um entregador, enviando mensagens de cunho racista para o restaurante. “Esse preto não vai entrar no meu condomínio”, “Mandar outro motoboy que seja branco“, “Eu não vou permitir esse macaco“, lê-se.

O Ifood, empresa de entrega de comida pela internet, baniu o perfil do cliente responsável pelas mensagens racistas após o caso ganhar repercussão. Na época, o aplicativo afirmou que está em contato com o entregador para oferecer apoio psicológico. “Em casos de racismo, é importante que seja feito um boletim de ocorrência (BO), além do contato com o Ifood pelos canais oficiais de atendimento”, diz o texto.

O condomínio negou que a pessoa responsável por mensagens racistas enviadas contra o entregador fosse moradora do local.

No último dia 9 de novembro, a Justiça deferiu um pedido da DERCC pela “quebra telemática do usuário por meio do qual o crime de racismo foi cometido”. O caso segue sob investigação.