Por vacina, motoristas do transporte coletivo aprovam greve a partir de sexta (9)
Categoria exige criação de um plano imediato de vacinação que contemple os trabalhadores da ativa
Motoristas do transporte coletivo metropolitano de Goiânia decidiram neste sábado (3) decretar greve no serviço operacional. A paralisação terá início a partir da meia-noite da próxima sexta-feira (9), de acordo com o presidente do Sindicato Intermunicipal de Trabalhadores no Transporte Coletivo Urbano de Goiânia (Sindicoletivo), Sérgio Reis. A categoria exige que todos os trabalhadores da ativa que lidam diretamente com usuários da rede, entre motoristas, agentes de limpeza, controladores de tráfego e gerentes de terminais, sejam vacinados prioritariamente.
Segundo Sérgio, no que depender da entidade, o sistema de transporte público pretende parar 100% a partir da mencionada data. No entanto, ele ressalta que é a Justiça que vai decidir qual proporção de funcionários que deve parar de fato. Atualmente, de acordo com o presidente, são cerca de 2,3 mil motoristas e 1,7 mil funcionários de outras categorias representados pelo Sindicoletivo. “A notificação vai ser feita e a Justiça vai determinar. Nossa vontade é parar tudo, 100%, mas podemos avaliar a possibilidade de abrir mão de alguma coisa”.
Sérgio revela que a única reivindicação da paralização é a imunização dos profissionais. “Exigimos um plano de vacinação que contemple nossos trabalhadores da ativa urgentemente. Desde o início da pandemia já são 21 motoristas mortos em razão do coronavírus. Mas nossas famílias também vêm sofrendo. São esposas morrendo, filhos e familiares adoecendo. Perdi muitos amigos e colegas. Precisamos tomar essa atitude e vamos parar, caso governos municipal, estadual e federal não atendam nossas demandas. São nossas vidas em risco”, ressalta Sérgio.
O sindicato ressalta ainda que o movimento grevista não está associado e não recebe apoio de empresários e instituições. “Tratamos aqui do interesse único e exclusivo dos trabalhadores do transporte coletivo, não estamos recebendo apoio de ninguém”.

Máscaras e álcool do próprio bolso
No início da pandemia, o sindicato conseguiu obrigar na Justiça que empresas de ônibus fornecessem máscara N95 e álcool em gel. Porém, ele afirma que empresas agora só entregam os materiais depois que motoristas fazem pedido. “No começo da pandemia funcionou, mas agora é a gente que vem comprando do próprio bolso”, aponta Sérgio.
Nesse período, motoristas tiveram negado o pedido de suspensão da comercialização de bilhetes em dinheiro dentro dos ônibus. “Alegaram que tem pessoas que são de fora da cidade e não possuem o cartão Fácil. De fato é uma verdade, mas o dinheiro é um vetor muito grave de contágio e nos coloca em risco também”.
O Mais Goiás aguarda posicionamento da Companhia Municipal de Transportes Coletivos (CMTC) e do Consórcio Redemob sobre a decisão.
Atualização
Por nota, a CMTC disse que acompanha e espera “que uma solução venha para que o serviço de transporte público continue atendendo sem prejuízo ao usuário”. Além disso, a companha informou que já conversou com a prefeitura de Goiânia sobre o pedido dos motoristas.