Posse: Polícia indicia professora que disse que ser homossexual é “impuro”
Segundo a Polícia Civil, a fala da educadora promove discurso de ódio
A professora Maria Elizete Anjos, flagrada dizendo a alunos que homossexual é “impuro”, foi indiciada pelo crime de racismo por homofobia. O caso ocorreu no Colégio Municipal Castro Alves, em Posse, na região Nordeste de Goiás, em agosto de 2022, e as investigações concluídas nesta semana. Segundo a Polícia Civil, a fala da educadora acontecia de forma recorrente no âmbito da comunidade escolar e promovia discurso de ódio.
Um vídeo gravado por estudantes mostra quando a professora comenta acerca da homossexualidade. O episódio ocorreu durante aula de inglês ofertada para alunos do 1º ano do Ensino Médio. Na ocasião, a docente fala que os adolescentes estão se confundindo com relação à sexualidade em razão de hormônios.
“Dá um tempo para vocês. Espera mais. Você é mulher. Olha no espelho. Tira a roupa. Você é mulher”, disse a professora. Na sequência, ela dispara: “Se você é homem, foi feito para mulher e mulher para o homem. E o que foge disso é impuro. Se quiser me chamar de homofóbica, pode chamar”.
Segundo o delegado Joaquim Adorno, responsável pelas investigações, as falas da professora extrapolam a liberdade de expressão. “Houve indícios de que o discurso era recorrente. É importante frisar que a liberdade de expressão não é absoluta. Quando a pessoa ofende, diminui ou desumaniza, isso não é liberdade, é crime”, pontuou.
Ainda de acordo com o delegado, o inquérito já foi remetido ao Judiciário. A pena pelo crime de racismo por homofobia varia entre 1 e 3 anos de prisão.
Professora que disse que ser homossexual é impuro afirmou que não quis constranger ninguém
Em agosto, quando o vídeo passou a circular nas redes sociais, a professora pontuou que “não são verdadeiros os supostos comentários homofóbicos atribuídos a mim”.
Por meio de nota, ela afirma que “não quis constranger ou macular qualquer pessoa, gênero ou grupo de pessoas. Ainda que eventualmente possa ter escolhido mal algumas palavras, em momento algum estas se amoldam ao reprovável conceito de homofobia”. A profissional também pediu desculpas a quem se sentiu ofendido.
O Mais Goiás tenta contato com a professora para pegar uma posição sobre o indiciamento. O espaço está aberto para manifestação.