RAP

“Potente, mas fragilizada”, diz psicóloga sobre Rede de Atenção Psicossocial (RAP) em Goiânia

Heloiza Massanaro defende a articulação com a atenção primária e políticas públicas

“Potente, mas fragilizada”, diz psicóloga sobre Rede de Atenção Psicossocial (RAP) em Goiânia
“Potente, mas fragilizada”, diz psicóloga sobre Rede de Atenção Psicossocial (RAP) em Goiânia (Foto: Sindsaúde-GO)

Para Heloiza Massanaro, psicóloga, membro da coordenação do Fórum Goiano de Saúde Mental e diretora do Sindicato dos Trabalhadores Federais em Saúde e Previdência de Goiás e Tocantins (SINTFESP-GO/TO), a Rede de Atenção Psicossocial (RAP) em Goiânia é “potente, mas fragilizada”. Ela explica.

“A rede psicossocial é potente, tem um bom número, com 12 Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), sendo três para adolescentes e crianças, quatro para situação de álcool e drogas e cinco dedicados a transtornos mentais. Há, ainda, duas Gerarte (Unidade de Trabalho e Produção Solidária em Saúde Mental), ambas voltadas para artesanato”, enumera.

Contudo, ela ressalta a fragilidade por haver “certa carência” por material de oficina e profissionais, bem como no próprio funcionamento. “Como acontece nas unidades de saúde.” Ela explica que cada CAPS é referência na região, mas que, mesmo espalhados, não são suficiente. “As pessoas mais próximas conseguem atendimento. As mais distantes são demandas reprimidas, pois o transporte é difícil.”

De acordo com Heloiza, melhorar ou fornecer o transporte é uma possibilidade, mas também é preciso otimizar o serviço, articulando com a atenção primária para ampliar e aproximar as pessoas. “A rede precisa ser articulada. Além da atenção primária, envolver outras políticas públicas, como assistência social, educação, qualificação para o trabalho. Políticas públicas complementariam a RAP.”

Inclusive, o assunto terá amplo debate nesta terça-feira, 10 de outubro, quando se comemora o Dia Mundial da Saúde Mental em Goiás, criado e 1992 pela Federação Mundial de Saúde Mental, ligada à Organização Mundial de Saúde. Em Goiás, para celebrar a data, acontece o seminário “O controle social e a reconstrução da RAPs”, em Goiânia.

O evento, das 8 às 21 horas, será no auditório da Escola de Formação de Professores e Humanidades da PUC Goiás. Ele tem realização do Fórum Goiano de Saúde Mental, a Associação de Usuários dos Serviços de Saúde Mental (AUSSM-GO), o Grupo de Pesquisa La Folie e o Grupo Mentalize.

Por fim, a psicóloga cita que cada CAPS possui cerca de 3 mil prontuários. E a procura tem aumentado, por causa das angústias, ansiedades e sofrimentos inespecíficos (sem diagnóstico formado). Deste modo, ela acredita que o investimento em políticas públicas, como por meio da cultura, geraria ganhos. “Gerar convivência. E o esporte também é importante.” O tema, como mencionado, estará na mesa do semitário.