Presidente do CREA diz que corte no asfalto pode ter contribuído com desabamento de rua em Goiânia

O presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA), Lamartine Moreira, disse que um corte no asfalto pode ter contribuído com o desabamento de parte da Rua 1128, em Goiânia, na madrugada desta segunda-feira (15). De acordo com ele, o corte não foi feito por equipes da Opus Incorporadora, construtora responsável pelas obras de um novo prédio residencial no local. Apesar da suposição, ele afirma que as causas só serão identificadas após perícia.

“As causas do desabamento de parte da rua serão avaliadas pela incorporadora. O que conseguimos visualizar inicialmente é que foi feito um corte recente no asfalto para inserção de tubulação de água. Com isso, pode ter entrado água do período chuvoso e acelerado o processo de desmoronamento. Ainda não podemos tirar nenhuma conclusão, mas a suspeita inicial é que esse corte pode ter contribuído para o ocorrido”, disse.

Ainda conforme Lamartine, também foi constatado que as obras do prédio residencial eram legais e que a construtora está devidamente legalizada, com profissional habilitado para realizar o serviço. “No que compete ao CREA fiscalizar, está tudo ok. Não há nada de errado com a empresa”, afirmou.

Em nota, a Saneago disse que o corte para implantação de adutora de água no local não foi executado pela empresa. “O serviço foi realizado por empreendedor particular em agosto de 2023 e no mês seguinte repassado para a operação da Saneago. Esta adutora, que foi repassada pelo empreendedor particular para a Saneago, está a apenas 1 metro de profundidade e não houve qualquer vazamento que, porventura, pudesse contribuir para o desabamento. Por isso, afirmamos categoricamente que não há qualquer relação do desabamento com a Saneago.”

Ainda segundo a empresa, “como consequência do desabamento, a infraestrutura de água e de esgoto da Saneago está com risco de rompimento. Por isso, equipes técnicas da Companhia estão no local, acompanhando toda a situação e aguardando o posicionamento da construtora, para realizar ações e amenizar os danos causados aos sistemas de abastecimento de água e esgotamento sanitário”.