Produtor rural é preso em Goiás por aplicar golpes milionários no setor agrícola
Investigado pode responder por estelionato, falsificação de documentos e falsidade ideológica
Um produtor rural de Santa Helena de Goiás foi preso pela Polícia Civil suspeito de aplicar golpes que somam mais de R$ 20 milhões no agronegócio. Segundo as investigações, ele usava contratos falsos e documentos adulterados para obter financiamentos e empréstimos em nome de outras pessoas. A operação, chamada Título Cego, aconteceu na quarta-feira (5) e cumpriu mandados de prisão e busca e apreensão no endereço ligado ao investigado.
De acordo com a Polícia Civil, o produtor firmava contratos de custeio agrícola alegando que os valores seriam usados para o plantio de soja e milho, mas o dinheiro acabava tendo outro destino. Ele também usou cheques e procurações de terceiros para conseguir crédito em bancos, lojas de implementos agrícolas e até em empréstimos pessoais.
As investigações apontam que, entre 2024 e 2025, o suspeito conseguiu movimentar cerca de R$ 10 milhões em financiamentos e garantias fraudulentas. Também foi constatada a falsificação de assinaturas em cheques e duplicatas mercantis, que somam mais de R$ 1,5 milhão. Além disso, ele teria vendido veículos pertencentes a outras pessoas sem o conhecimento dos verdadeiros donos, o que gerou ganhos de mais de R$ 400 mil.

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Mesmo com uma boa safra na colheita 2024/2025, com faturamento estimado em mais de R$ 10 milhões, o produtor não pagou os débitos. O delegado responsável explicou que, somando as fraudes e o lucro com a venda da produção, o investigado obteve vantagem indevida superior a R$ 20 milhões.
A corporação informou que o homem foi preso preventivamente e permanece à disposição do Poder Judiciário. O caso continua sendo investigado e pode envolver outras pessoas que teriam ajudado o produtor a viabilizar os contratos falsos e as garantias irregulares.
Em tese, o produtor pode responder por crimes como estelionato, falsificação de documento particular, uso de documento falso e falsidade ideológica. A operação recebeu o nome de Título Cego em referência às duplicatas e garantias emitidas sem valor real ou sem lastro financeiro, prática comum no esquema.
A Polícia Civil reforçou que segue apurando o destino do dinheiro obtido e tentando identificar possíveis vítimas. Parte dos recursos teria sido usada para aquisição de bens de luxo e investimentos pessoais, ainda sob análise.
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