RELATO

A diretora falou que não queria trabalhar com gay, diz professor de escola em Valparaíso

As informações foram confirmadas ao Mais Goiás pelo advogado de três supostas vítimas, Suenilson Saulnier

Professor vítima de assédio de diretora de Valparaíso diz que ela falou que não queria trabalhar com gay (Foto: reprodução)
Professor vítima de assédio de diretora de Valparaíso diz que ela falou que não queria trabalhar com gay (Foto: reprodução)

Um professor, que teria sido vítima de assédio de uma diretora de um colégio estadual de Valparaíso de Goiás, relata que a gestora afirmou não querer ele no colégio por ser gay. Além disso, ela teria afirmado que não queria uma funcionária negra na gestão. As informações foram confirmadas ao Mais Goiás pelo advogado de três supostas vítimas, Suenilson Saulnier – são cinco, ao todo.

Segundo o defensor, o professor ouviu a fala preconceituosa e a questionou. A diretora, contudo, teria desconversado ao ser confrontada.

Vale citar, a diretora foi afastada das suas funções na segunda-feira (27) em razão de denúncias de racismo, homofobia, assédio moral e crimes contra a honra realizadas por cinco funcionários da escola. O coordenador da unidade também é suspeito de crimes contra a honra e de assédio moral.

Ele foi afastado e teve o contrato rescindido, conforme a Secretaria de Educação de Goiás (Seduc), na terça-feira (28). O site revelou o caso no último sábado (25).

Ainda ao portal, o advogado que representa três vítimas, revelou que os crimes investigados pela Polícia Civil aconteceram contra:

  • Uma auxiliar de serviços gerais – limpeza (vítima de assédio moral, crimes contra a honra e racismo);
  • Um professor (vítima de homofobia);
  • Uma coordenadora (vítima de assédio moral e crimes contra a honra);
  • Outra auxiliar de serviços gerais – que trabalhava na merenda e agora na parte da limpeza (vítima de assédio moral e crimes contra a honra).

A delegada Samya Noleto, responsável pelo caso, informou que uma quinta vítima denunciou a gestora por difamação. Segundo o advogado, é possível que uma sexta pessoa formalize nova denúncia ainda nesta semana.

Nota da Seduc:

Em atenção à solicitação de informações acerca de denúncia contra a gestora do Colégio Estadual Almirante Tamandaré, em Valparaíso de Goiás, a Secretaria de Estado da Educação de Goiás esclarece:

  • A gestora do Colégio Estadual Almirante Tamandaré, servidora efetiva da rede, foi afastada preventivamente do exercício de suas funções nesta segunda-feira (27/03), ficando sem auferir as vantagens pecuniárias exclusivas de gestor escolar;
  • Foi instaurado processo disciplinar para apuração dos fatos e responsabilização, conforme prevê a legislação, e adotadas medidas para designar um substituto imediato para o cargo;
  • O coordenador da unidade escolar também foi afastado e teve seu contrato com a Seduc/GO rescindido.