Professora dá dicas para redação no vestibular da UFG
Exame se diferencia do Enem pela exigência de liberdade de pensamento
O vestibular da Universidade Federal de Goiás (UFG) acontece neste domingo (19) e, por ter uma redação com características próprias, bem diferente do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), a professora de Letras-Português Cassiana Carvalho diz o que o aluno pode esperar. Segundo ela, a principal diferença está na liberdade de pensamento exigida pela Federal.
“A redação da UFG e a do Enem, embora ambas exijam domínio da norma-padrão e capacidade argumentativa, orientam-se por concepções distintas de escrita. Enquanto o Enem segue um modelo padronizado e altamente estrutural, voltado à estrutura dissertativo-argumentativa mais ‘engessada’, a UFG propõe uma escrita mais interpretativa, analítica e aberta à reflexão crítica, que exige um posicionamento maior do aluno e maior autonomia e autoria de escrita”, explica a professora do Articulare Redação.
Esta é a primeira vez em 11 anos que a UFG volta ao formato normal de vestibular. Ainda assim, Cassiana, que se formou pela instituição, detalha que os temas de redação da universidade costumam partir de textos mais densos e reflexivos e cabe ao aluno analisar e debater sob várias perspectivas. Diferente do Enem, não se espera uma proposta de solução.
Ela detalha, ainda, que o foco é na interpretação, argumentação crítica e análise social. “Os temas do Enem sempre apresentam um problema social de relevância nacional, exigindo que o candidato discuta causas, consequências e elabore uma solução, a chamada proposta de intervenção. Já a UFG parte de textos mais complexos, que pedem análise e reflexão. Por isso, o candidato precisa demonstrar que é capaz de pensar fora do modelo tradicional e construir ideias com autoria e profundidade”, afirma.
Ela finaliza: “Em resumo, enquanto a redação do Enem é muito avaliada dentro de um modelo padronizado, o qual permite praticamente sempre os mesmos repertórios e argumentos, a da UFG exige que o aluno tenha a capacidade de pensar fora desse modelo. É uma prova que valoriza a análise, a originalidade e a criticidade do estudante.”
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