PROTESTO

Protesto pela morte de João Alberto em Goiânia faz Carrefour suspender atendimento

Cerca de 100 pessoas se reuniram na tarde desta segunda-feira (23), em frente ao supermercado…

Cerca de 100 pessoas se reuniram na tarde desta segunda-feira (23), em frente ao supermercado Carrefour, na Avenida T-9, em Goiânia, em um protesto contra o racismo e o assassinato de João Alberto Freitas, morto por seguranças da unidade do Carrefour de Porto Alegre (RS), no último dia 19 de novembro.

O supermercado teve a entrada fechada e a própria avenida T-9 chegou a ser interditada por alguns instantes. Alguns carros que passavam no momento do ato buzinaram, e houve até quem desceu do veículo com o punho levantado para manifestar apoio.

Os manifestantes, que eram 50 no início do ato e aumentaram depois, empunham faixas e gritam palavras de ordem em frente ao Carrefour.

Foto: Jucimar de Sousa

Foto: Jucimar de Sousa

Ao Mais Goiás, a presidente do instituto Coordenação de Negras e Negros de Goiás (Conngo), Lucilene Vitório afirmou que o protesto se trata de um “ato de resistência”. “É um ato onde a gente diz que vidas negras importam. Chega de nos matar. Nós queremos ter direitos como qualquer outra pessoa. Todo dia a gente luta por direitos e vemos eles se esvaindo. Hoje não. Estamos dizendo ‘queremos viver’ e enquanto existir injustiça nesse país, nós estaremos na luta, sempre”, pontuou.

Foto: Jucimar de Sousa

Foto: Jucimar de Sousa

O ato é organizado pelos seguintes coletivos e movimentos: Coletivo Rosa Parks; Grupo Pindoba; Pretas de Angola; Centro de Referência Negra; Coletivo Novembro Negro; Mães de Maio no Cerrado; Mães Pela Diversidade; Centro Popular da Mulher; Escola Ubuntu; Astral, Associação Coró de Pau; Rede Goiânia de mulheres negras; Associação Quilombo Kalunga e Movimento Negro Unificado de Goiás.

A Polícia Militar está presente no local mas, até agora, não há registro de tumulto ou violência.

Morte de João Alberto gerou revolta

Imagens obtidas pela Folha de S.Paulo revelam que João Alberto, de 40 anos, foi asfixiado por quase quatro minutos após ser espancado por pelo menos dois minutos por seguranças do Carrefour em Porto Alegre na última quinta (19). O vídeo mostra, ainda, que Freitas agrediu um dos vigilantes.

Depois da morte de João Alberto, uma série de protestos começou em várias capitais do Brasil. Em São Paulo, a 17ª Marcha da Consciência Negra, realizada no dia 20, sexta-feira, terminou em quebra-quebra numa unidade do Carrefour da Rua Pamplona, no bairro Jardins, Zona Sul da capital.