VIOLÊNCIA

‘Queria assustar’: mandante de morte de jovem em Bonfinópolis vai se entregar à polícia

PM divulgou casa como "tribunal do crime" por dívida de drogas, mas defesa nega

'Queria assustar': mandante de morte de jovem em Bonfinópolis vai se entregar à polícia
'Queria assustar': mandante de morte de jovem em Bonfinópolis vai se entregar à polícia (Foto: Reprodução)

Um homem de 23 anos morreu após ser espancado por quatro homens em uma estrada de terra, em Bonfinópolis, na região metropolitana de Goiânia, na última semana. A Polícia Militar (PM) informou se tratar de “tribunal do crime” por dívida de drogas, mas a defesa do mandante do caso – um quinto envolvido que está foragido – nega.

Em um vídeo compartilhado pela PM, a vítima diz que devia drogas e que não pagou. “Estava correndo do cara. E não estava respondendo as mensagens dele.” Todavia, conforme a defesa ao Mais Goiás, vítima e mandante tinham uma desavença desde a infância e trocavam ofensas de forma constante, até o dia que ocorreu uma luta corporal, pouco antes do crime.

Devido à briga, o suspeito chamou quatro pessoas para “assustar o rapaz”, que foi espancado com pauladas, chutes e tapas e não resistiu. Os quatro foram presos pela polícia (soltos após depoimento), enquanto o mandante segue foragido. A advogada dele, Gabriella Cataldi, disse que ele irá se entregar às 15h desta segunda-feira (20).

Sobre o crime, após a violência, a vítima foi levada à casa de sua mãe e depois a um hospital em Goiânia. Ele não resistiu e morreu na madrugada de terça-feira (14). A Polícia Civil investiga o caso. O pai de um dos quatro envolvidos também foi preso por esconder uma arma de fogo que carregava no dia.

Defesa também compartilhou uma nota sobre o caso. Confira:

“A defesa técnica de G. L. S., representada pelos advogados Dra. Gabriella Cataldi e Dr. Fábio Jr. Machado, vem a público esclarecer informações relacionadas ao caso que envolve a morte do Sr. M. A. A..

É de conhecimento público que o incidente vem sendo objeto de especulações na mídia, sugerindo uma possível ligação do crime com o tráfico de drogas, dívidas ilícitas e facções criminosas. No entanto, cumpre ressaltar que tais narrativas não encontram amparo nos fatos até então apurados e expõem, de maneira prematura, pessoas inocentes à execração pública.

Desde o início das investigações, o Sr. G. L. S. manifestou seu desejo de colaborar com as autoridades e de garantir que a verdade prevaleça. A defesa reitera que, após acesso integral aos elementos do inquérito, será demonstrado que o ocorrido está amparado em uma excludente de ilicitude, conforme preceitua o ordenamento jurídico brasileiro, notadamente o artigo 23 do Código Penal.

Preliminarmente, os relatos fornecidos à defesa indicam um histórico de conflitos entre a vítima e o acusado, envolvendo anos de intimidação, agressões e coações psicológicas que culminaram em um desfecho trágico. A defesa confia que os fatos, uma vez devidamente analisados sob o prisma da lei, revelarão o contexto real deste episódio.

Ressaltamos a importância de resguardar a presunção de inocência do investigado, princípio constitucional assegurado a todos os cidadãos brasileiros, conforme o artigo 5º, inciso LVII, da Constituição Federal. Confiamos no trabalho do Poder Judiciário e das autoridades responsáveis pela condução do caso, certos de que a verdade será esclarecida no devido processo legal.

Solicitamos à imprensa prudência na divulgação de informações, de forma a evitar pré-julgamentos e danos irreparáveis à imagem e à dignidade das partes envolvidas.”