Irregularidades

Relatório parcial da CEI da Saúde será entregue à Polícia Federal

Os vereadores da Comissão Especial de Investigação (CEI) que apura a situação da Saúde em Goiânia decidiram…

Os vereadores da Comissão Especial de Investigação (CEI) que apura a situação da Saúde em Goiânia decidiram apresentar o relatório do trabalho desenvolvido até este momento à Polícia Federal. “Não vamos esperar o fim da CEI, em maio, vamos entregar o que apuramos à polícia, para que sejam tomadas as devidas providências”, afirmou o relator da CEI, o vereador Elias Vaz (PSB).

Entre os principais problemas já detectados, está o superfaturamento na manutenção da frota, com gasto de quase R$14 milhões em cinco anos, no contrato com a Útil Pneus, enquanto as ambulâncias continuam sem condições de uso. Uma das ambulância gastou R$ 89 mil em um ano e meio e está parada na oficina.

Segundo o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), o custo de conserto seria de mais R$ 49 mil. “O dinheiro usado para pagar os supostos consertos é do Governo Federal, depositado no Fundo Municipal de Saúde, o mesmo dinheiro que deveria ser usado para comprar remédios e pagar exames”, explicou Elias.

Irregularidades

Os vereadores também vão informar à polícia indícios de irregularidades na atuação da empresa Neo Consultoria e Administração de Benefícios Eireli, que assinou contrato com o Município em janeiro, para atuar como gestora na manutenção da frota. A empresa não faz licitação e sim cotação de preços para contratar a oficina que vai fazer a manutenção. “Isso não é permitido no serviço público, é uma forma de burlar a licitação”, destacou o relator da CEI.

Além disso, segundo uma das oficinas que prestam serviço ao Município, a Neo estaria cobrando taxa de serviço de 17%, enquanto há empresas no mercado que praticam taxas de 5%. Também há denúncia de que a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) estaria direcionando o serviço para a Mecânica Inovar.

Gravação

Durante a reunião nesta segunda-feira (5), o vereador Jorge Kajuru (PRP) apresentou gravação de conversa entre a ex-gerente de Transporte da Saúde, Maxilânia Clemente Costa e o diretor administrativo, Luiz Teófilo. No diálogo, o diretor pede que seja priorizada a “empresa que nos ajudou quando mais precisamos”.

Luiz Teófilo se referia à Inovar, que fez manutenção da frota da Saúde, sem contrato, entre junho de 2017 e janeiro deste ano, e continua prestando serviço ao Município por intermédio da Neo. “Essa conversa foi gravada já sob a regência do contrato com a Neo e a Inovar está realmente fazendo a manutenção, conforme constatamos em diligência. Tudo isso demonstra a fragilidade desse contrato e comprova que ele é lesivo aos cofres públicos”, salientou Elias.