1º julgamento: Serial killer de Rio Verde é condenado a mais de 40 anos por feminicídio
O juiz ressaltou que Rildo agiu de forma “fria, calculada e tratando a vítima como um objeto”
O Tribunal do Júri condenou Rildo Soares, 33 anos, suposto serial killer, a 41 anos, 8 meses e 33 dias de prisão pelo feminicídio de Elisângela Silva de Souza, 26, em Rio Verde. Na sentença, o juiz Cláudio Roberto Costa dos Santos Silva ressaltou que o réu agiu de forma “fria, calculada e tratando a vítima como um objeto”. Por unanimidade, os jurados concluíram que Rildo abordou a jovem a caminho do trabalho, levou-a a um terreno baldio, onde a estuprou, matou, ocultou o corpo e roubou seus pertences. Além da pena em regime fechado, ele terá de pagar R$ 100 mil à família da vítima.
Durante o julgamento, o Ministério Público de Goiás pediu a condenação integral pelos quatro crimes atribuídos a Rildo: homicídio qualificado, estupro, roubo e ocultação de cadáver. A defesa tentou excluir uma das qualificadoras e pediu absolvição pelo crime de ocultação de cadáver, mas os jurados rejeitaram os argumentos.
Na decisão, o juiz ressaltou que o réu repetiu um padrão de violência, escolhendo vítimas vulneráveis, submetendo-as a prolongado sofrimento físico e psicológico e agindo de forma fria e calculada. Elisângela foi levada para um local isolado, sem possibilidade de pedir ajuda, o que aumentou ainda mais a gravidade do crime.
O magistrado também apontou que o condenado possui outros processos em andamento, com suposta atuação semelhante, o que pesou negativamente na avaliação de sua personalidade, evidenciando traços de agressividade e insensibilidade em relação à vida e à integridade física das vítimas.

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Preso enquanto observava o trabalho da perícia
Rildo foi preso após voltar à cena do crime para observar o trabalho da Polícia Técnico-Científica. Ele voltava de um trabalho com um amigo quando, ao passar de moto pela rua, percebeu que o corpo da jovem havia sido encontrado. Reconhecido por um policial civil, tentou fugir, mas foi detido em seguida.
Elisângela desapareceu ao sair por volta das 4h da manhã para trabalhar no dia 11 de setembro. Ao perceber que a jovem não havia voltado, a família registrou um boletim de ocorrência. Câmeras de monitoramento ajudaram a polícia a localizar o corpo, que foi encontrado poucas horas depois em um lote baldio do Bairro Popular, parcialmente enterrado, seminu e com o rosto desfigurado.
À época, o delegado titular do Grupo de Investigações de Homicídios (GIH), Adelson Candeo, informou que Rildo confessou ter matado Elisângela após ser desarmado e ferido no braço com a própria faca usada para ameaçá-la. “Ela tomou a faca dele, acertou o braço, e ele perdeu a paciência, matando a vítima”, relatou o delegado.
O suspeito também disse que enterrou o celular da vítima logo após o crime. No entanto, o aparelho foi encontrado dentro do colchão do réu, recolhido por uma vizinha após o descarte. Segundo Candeo, o exame foi conclusivo: “No caso da Elisângela deu positivo para espermatozoides”, afirmou.

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Rildo enfrenta o júri mais duas vezes na próxima semana
O suposto serial killer ainda enfrentará outros dois julgamentos pelo Tribunal do Júri na próxima semana. No dia 15, ele será julgado pelo assassinato de Monara Pires Gouveia de Moraes, de 31 anos. Já no dia 16, será a vez de Alexânia Hermógenes Carneiro, de 40 anos, conhecida como Lessi. Todas as sessões estão previstas para começar às 9h. Nos dois processos, o réu responde por crimes que incluem feminicídio triplamente qualificado, estupro e ocultação de cadáver.
No caso de Monara, ele confessou ao delegado que a vítima teria furtado R$ 600 de sua residência durante uma faxina, valor que, segundo ele, seria destinado ao pagamento do aluguel. Cerca de um mês depois, ao reencontrá-la, levou a mulher até um terreno baldio, onde a estuprou, agrediu na região da cabeça e, em seguida, ateou fogo contra a vítima, que ficou presa sob uma cama box que estava no local.
Sobre a morte de Alexânia, o acusado declarou que ficou revoltado ao descobrir que ela teria comprado drogas de um traficante, alegando que seriam para ele, e que, por ser cobrado por uma dívida que não contraiu, decidiu matá-la. “Ele disse que, quando fica nervoso, não se controla”, relatou Candeo.
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