SAÚDE NO INVERNO

Risco de infarto pode aumentar em 30% com frio; veja dicas de prevenção

Dados do Instituto Nacional de Cardiologia (INC) revelam que o risco de infarto é 30% maior…

Goiânia registra madrugada mais fria desde 1977 com 5ºC nesta quinta (19)
Goiânia registra madrugada mais fria desde 1977 com 5ºC nesta quinta (19) (Foto: Jucimar Sousa / Mais Goiás)

Dados do Instituto Nacional de Cardiologia (INC) revelam que o risco de infarto é 30% maior durante o inverno, de 21 de junho a 22 de setembro. É estimado que a cada queda de 10 °C, o índice aumente em 7%. Cidades goianas viram a temperatura cair consideravelmente, nesta quinta-feira (29).

Ao Mais Goiás, o médico cardiologista Frederico Nacruth explicou que isso acontece porque em climas mais frios os vasos sanguíneos se contraem, diminuindo o fornecimento de sangue para os diversos órgãos do corpo e sobrecarregando o coração. “Além disso, pessoas que já possuem doenças cardiovasculares, principalmente a coronariana, em que há obstrução das artérias, estão mais suscetíveis ao risco de infarto no inverno“, disse.

A má alimentação característica desse período e a falta de exercícios físicos são fatores que podem estar ligados a esse aumento, também. Segundo o médico, a dificuldade do organismo de manter a temperatura ideal do corpo em temperaturas baixas é o que acaba gerando a vontade de consumir comidas calóricas e gordurosas. “Por isso, é necessário ficar atento à alimentação, para que esse não seja um fator agravante no risco de infarto”, adverte.

Dicas para evitar problemas com o coração

Segundo o médico são necessárias modificações de vida, ter critérios de saúde laboral, mental e física. “É importante o equilíbrio dessas três. Fugir de alimentos ultraprocessados e fazer regularmente atividades físicas. O mínimo para evitar doenças cardiovasculares são 150 minutos de atividade física moderada, seja qual for, por semana. Isso é o mínimo para não ser considerado uma pessoa sedentária”, afirma.

Frederico afirma que 90% dos infartos podem ser prevenidos. Além disso, em 50% dos casos, o paciente não apresenta nenhum sintoma anterior, somente no momento do infarto, onde há dor causada pela obstrução da artéria e a primeira dica é uma alerta: “O check up é de extrema importância, principalmente em casos onde existe a predisposição”.

De acordo com o cardiologista, a idade considerada pela Sociedade Brasileira de Cardiologia e a Europeia para os cuidados é 18 anos. “A partir dos 18 anos, pelo menos uma vez no ano se deve medir a pressão com um especialista, o que já é considerado um check up“, esclarece.

Outra dica importante é quanto aos exercícios físicos, que segundo o especialista são essenciais para diminuir os níveis de pressão arterial, já que as atividades provocam a dilatação das artérias. “Mas é importante também usar roupas adequadas e tomar cuidado com a intensidade dos exercícios, principalmente em casos de pessoas que possuem predisposição ao infarto”, aponta

“Se você tem mais de 30 anos, se tem história familiar positiva, genética para infarto precoce, diabetes, se é tabagista, hipertenso ou obeso, você tem fatores de risco clássicos para fazer placa nas artérias do coração, o que poderá obstruir e gerar o infarto”, aconselha.