'Máscara de normalidade'

“Se desfazia das mulheres como lixo”, delegado detalha perfil violento de Rildo Soares

Vítimas eram desfiguradas com extrema violência

Foto do suspeito
Perfil de Rildo revela contraste entre rotina normal e violência extrema (Foto: reprodução / redes sociais)

O delegado Adelson Candeo, titular do Grupo de Investigações de Homicídios (GIH), responsável pelo caso de Rildo Soares, suposto serial Killer preso em Rio Verde, revelou que o suspeito apresenta uma fachada de normalidade, mas demonstra desprezo total pelo ser humano e extrema crueldade em seus crimes. Segundo o investigador, Rildo “Não tinha motivação, o crime era para satisfazer um desejo pessoal e se desfazer de mulheres como lixo”.

O investigador detalhou que todas as vítimas, mulheres, foram desfiguradas. Para ele, a forma como foram agredidas demonstra ódio e raiva fora do comum. Monara, por exemplo, teve o rosto destruído pelo fogo, enquanto Elisângela sofreu pancadas, aparentemente com pedra ou pedaço de pau. “A raiva com que agride as mulheres é fora do comum, não tem lógica. Ele matava e não se contentava apenas com a morte das vítimas”, afirmou o delegado.

Imagem do preso
Rildo Soares foi preso observando o trabalho da polícia na cena do crime (Divulgação PCGO)

‘Máscara’ de normalidade

Para o delegado, o perfil de Rildo é perturbador. Ao mesmo tempo em que demonstra normalidade, sendo capaz de brincar com crianças e animais, ele comete atos de violência extrema sem demonstrar emoções, de modo que ninguém em seu convívio pessoal suspeitava dos crimes que teria cometido. “Ele demonstra gostar muito de ter domínio sobre a vítima, com total desrespeito, além de passar uma fachada de normalidade. Brincava com cachorro, criança, e depois é capaz de tudo isso”, explicou o delegado.

Essa normalidade que Rildo demonstrava para familiares e conhecidos funcionava como uma ‘máscara’ para atos cometidos durante a madrugada. A ex-mulher do suspeito que mora na Bahia, contou ao delegado que ele mantinha os mesmos “modus operandi” das saídas noturnas ainda quando eram casados. Da mesma forma, um amigo com quem ele dividia o aluguel em Rio Verde antes de ser preso relatou que Rildo saía à noite com uniforme e faca, sem que ninguém suspeitasse que essas ações estivessem ligadas a crimes. Segundo o delegado, essa fachada é típica de criminosos com traços de psicopatia, capazes de enganar e manipular aqueles ao seu redor.

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Imagem do uniforme que ele usava
Uniforme com marcas de sangue na residência do investigado (Divulgação PCGO)

Ódio por mulheres

O perfil do acusado ainda indica um ódio profundo contra mulheres, com comportamento misógino e extremo desprezo pela vida humana. Cadeo afirmou que, durante os interrogatórios, Rildo manteve uma postura tranquila, confirmando conhecer todas as vítimas e estar com elas momentos antes de suas mortes, mas sem fornecer novos elementos, inclusive sem demonstrar nenhuma emoção diante das confirmações.

Além disso, Cadeo informou que as investigações ainda seguem em andamento sobre outras mulheres desaparecidas em Rio Verde, cujas características coincidem com o perfil das vítimas de Rildo. Uma boneca e uma bolsa entre os objetos encontrados na residência do suspeito foram reconhecidos por familiares de um das vítimas e uma mulher para quem Rildo prestou serviço, reforçando a suspeita de envolvimento em outros crimes. “Mesmo lidando diariamente com casos de violência, é impressionante a crueldade deste homem. Ele desfigura as vítimas e demonstra desprezo total pela vida humana”, concluiu o delegado.

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