JUSTIÇA

Secretaria de Meio Ambiente vai recorrer de decisão que liberou lixão de Goiânia

Pasta reforça gravidade gravidade da situação ao apontar, pelo menos, 12 falhas críticas no espaço

Secretaria de Meio Ambiente vai recorrer de decisão que liberou lixão de Goiânia
Secretaria de Meio Ambiente vai recorrer de decisão que liberou lixão de Goiânia (Foto: Reprodução - Relatório da Semad)

A Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) informou ao Mais Goiás cumprirá a determinação do juiz Vinícius Caldas da Gama e Abreu, mas que vai recorrer da decisão que determinou o desbloqueio da Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg) no Sistema de Manifesto de Transporte de Resíduos de Goiás (MTR-GO) para que a empresa retome a gestão e uso do lixão da capital. A medida foi concedida na quinta-feira (10).

Na Justiça, a Comurg alegou que a restrição imposta pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), por meio de seus superintendentes, inviabilizou a continuidade do serviço público de coleta e destinação de resíduos sólidos urbanos em Goiânia. O bloqueio no sistema do lixão, segundo a companhia, contrariava decisão anterior do presidente do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO), que suspendeu liminarmente uma ação civil pública e permitiu provisoriamente o funcionamento do aterro.

Na avaliação do magistrado, embora a ausência de licença ambiental válida seja um argumento legítimo da Semad, a decisão da Corte estadual ponderou os riscos de uma interrupção abrupta do serviço. “O ato da parte impetrada de bloquear a parte impetrante no Sistema MTR GO, na prática, retoma o cenário de desorganização que a decisão presidencial objetivou impedir”, escreveu Vinícius.

Discussão

Na segunda-feira (7), a Semad e a prefeitura de Goiânia discutiram a situação do lixão de Goiânia. Na ocasião, foram abordados os riscos associados ao funcionamento do empreendimento, os passos necessários para que o município obtenha uma nova licença ambiental e o futuro da destinação dos resíduos gerados na cidade.

Inclusive, o local é considerado lixão, pois perdeu sua licença ambiental em 2011, após 18 anos de funcionamento. Em maio deste ano, relatório da Semad reforçou a gravidade da situação ao apontar, pelo menos, 12 falhas críticas no espaço.

Estas incluem: ausência de todas as licenças obrigatórias, proximidade com áreas residenciais, falhas nos sistemas de impermeabilização e drenagem, presença de animais vetores de doenças e risco de deslizamentos. Existe uma nova reunião prevista para a próxima semana.

Confira os 12 pontos de descumprimentos citados em relatório da Semad:

  1. Localização inadequada;
  2. Falta de todas as licenças ambientais obrigatórias;
  3. Projetos de impermeabilização e drenagem ineficazes;
  4. Sistema de monitoramento ambiental precário ou inexistente;
  5. Desvio no cumprimento do projeto aprovado;
  6. Cobertura e disposição dos resíduos fora das normas;
  7. Ausência de planos e equipamentos de emergência;
  8. Manutenção e operação longe do exigido;
  9. Relatórios e registros ambientais incompletos;
  10. Gestão deficiente dos resíduos gerados e do lixiviado;
  11. Proliferação de vetores e pragas em desacordo com as exigências sanitárias;
  12. Risco real de deslizamentos e acidentes estruturais.