VIOLÊNCIA ESCOLAR

Seduc contratará 83 psicólogos até dia 31 para escolas em Goiás

Gestão de risco está sendo aprimorada durante férias escolares

Seduc contratará 83 psicólogos até dia 31 para escolas em Goiás
Seduc contratará 83 psicólogos até dia 31 para escolas em Goiás

A Secretaria de Estado de Educação (Seduc) de Goiás contratou cerca de 50 psicólogos para o atendimento dos alunos nas redes de ensino. De acordo com o órgão, a contratação faz parte das medidas anunciadas devido à quantidade de ameaças às escolas em abril deste ano. A promessa é de que 83 psicólogos e 40 assistentes sociais sejam contratados até o final de julho.

Conforme a Seduc, os estudantes terão acesso ao serviço a partir do segundo semestre letivo, que será no dia 1° de agosto. Com relatórios mensais, o atendimento não será clínico, mas os profissionais também estarão à disposição de forma virtual, caso algum estudante ou profissional necessite.

Paola Carloni, doutora em Psicologia Escolar e do Desenvolvimento Urbano, explicou que o psicólogo na escola não faz clínica, ele faz psicologia escolar. Segundo Carloni, se houver demanda clínica por parte do estudante, a escola precisará entrar em uma espécie de acordo com a Rede Pública de Saúde para acolher os encaminhamentos.

A Seduc destacou que todos os profissionais contratados passarão por um treinamento da metodologia do material pedagógico, que será utilizado e implementado nas escolas. No caso daqueles que já foram contratados, passarão por um curso presencial ao longo do mês. Para Carloni, é fundamental a existência de uma formação, principalmente no que se refere ao combate a violência nas escolas.

No total, o Estado de Goiás registrou 1,3 mil ocorrências de ameaça no ambiente escolar, com uma média de sete denúncias por dia, nos primeiros seis meses de 2023. A Seduc pontuou que durante o período de férias estão aprimorando a gestão de risco nas redes de ensino.

As forças policiais de Goiás também intensificaram ações contra atos violentos após casos como o de um menino, de 13 anos, que esfaqueou três colegas de sala, em Santa Tereza de Goiás, em abril deste ano. A violência ocorreu três dias depois que um homem, de 25 anos, invadiu uma creche e matou quatro crianças, além de ferir outras cinco, em Santa Catarina.

A pesquisadora do Núcleo de Estudos e Pesquisa sobre Criminalidade e Violência (Necrivi), Cinthya Zortéa, abordou que o histórico de violências no país se agravou com o fim da pandemia da Covid-19. Segundo a pesquisadora, é necessário adotar medidas necessárias para enfrentar o problema de violência nas escolas para construir espaços seguros e humanizados.