Seminário sobre autismo vira palco de ciência na Assembleia Legislativa de Goiás
Programação incluiu palestras técnicas, apresentação cultural e exposição de artista autista
Na manhã desta quarta-feira (3), a Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) abriu as portas para o 2º Seminário Autismo em Fokus, iniciativa do deputado federal Glaustin da Fokus (Podemos). O encontro discutiu com muita ciência e empatia o diagnóstico, terapias e políticas públicas voltadas ao Transtorno do Espectro Autista (TEA), reunindo especialistas, ativistas e mais de cem representantes e prefeitos de municípios goianos.
Ao lado de médicos, advogados e ativistas, estavam prefeitos do Podemos de diferentes cidades goianas. Entre eles, Solimar Cardoso (Marzagão), Waldir da Fokus (Aragoiânia), Warley Gouveia (Alexânia), Adelicia Moura (Israelândia), José Carlos Barbosa (Paranaiguara) e Max Barbosa (Joviânia). Não por acaso, a plateia viu no seminário uma causa nobre que envolveu ciência e tecnologia.
Música, arte e política
A abertura oficial teve clima de celebração com muita música. No palco, uma banda embalava o público. Nos corredores do auditório Carlos Vieira, a exposição de Augusto Mangussi, artista plástico autista com mais de 200 obras exibidas no Brasil e no exterior, trouxe cor e simbolismo. Mas foi ao microfone que se desenhou o tom do dia: discursos carregados de empatia e promessas de ação.
O deputado estadual Léo Portilho (Podemos) reconheceu o crescimento do número de diagnósticos e pediu urgência em políticas públicas. “É um grupo que cresce e muitas vezes é esquecido, assim como suas mães e os próprios indivíduos autistas. A projeção é de que, em dez anos, tenhamos aumento de 10% a 20% nos casos. Isso nos preocupa”, disse, defendendo capacitação profissional e maior apoio às famílias.
Já Glaustin usou discursou sobre o que afirma ser uma de suas principais bandeiras. “Não é apenas um evento, mas uma mensagem clara de que Goiás está no caminho da inclusão”, afirmou. Citou projetos que apresentou em Brasília, como a aposentadoria especial para mães de autistas e a criminalização de perturbações que afetem pessoas com TEA. A fala tinha tanto a densidade de uma promessa legislativa quanto o tom de quem deseja pavimentar uma agenda eleitoral de longo prazo.
Entre as idealizadoras, a advogada Larissa Lafaiete fez questão de sublinhar o aspecto técnico: o seminário debate moradia assistida, terapias pelo SUS, diagnóstico precoce, inclusão de disciplinas sobre autismo nas universidades e a aposentadoria de pessoas com desenvolvimento atípico. “Esse é o maior congresso de autismo gratuito do país, com objetivo de capacitar todos os municípios goianos”, destacou.
Na plateia, mais de 100 representantes de cidades goianas acompanhavam painéis com especialistas de Goiás, São Paulo, Minas e Rio de Janeiro. No turno da manhã, falaram a neurologista Angélica Ávila, a psicóloga Marina Trunci, a terapeuta ocupacional Amanda Vilela e a própria Larissa. À tarde, tomariam o microfone a influenciadora Carolina Autizando, a pedagoga Flaviana Martins, o advogado Marcelo Valio, o jornalista Francisco Paiva Jr. e a neuropsicóloga Carolina Lobo.