Servidores denunciam falta de materiais e medicamentos em unidades de saúde de Goiânia
Servidores reclamam da falta de insumos básicos e medicamentos essenciais em unidades de saúde da cidade

Os servidores públicos da saúde municipal de Goiânia denunciam falta de materiais, insumos e medicamentos em hospitais e unidades de saúde da capital. De acordo com os trabalhadores, faltam itens essenciais, como soro, copo descartável, luvas descartáveis, eletrodos para a realização de eletrocardiogramas e hipoclorito de sódio – composto químico utilizado na desinfecção de materiais para procedimentos médicos. Os relatos afirmam que a situação é alarmante e acontece há mais de 6 meses.
Segundo os servidores, a falta de hipoclorito é o que mais tem impactado nas unidades de saúde, uma vez que os materiais usados nos procedimentos não podem ser lavados apenas com água e sabão. A limpeza só é completa com o produto que os hospitais não têm recebido há meses. Por conta disso, alguns dos itens ficam acumulados após o uso, pois não podem ser reaproveitados sem a limpeza adequada.

A gravidade da situação levou servidores a organizarem rifas e “vaquinhas” para comprar insumos e suprir as carências nas unidades. O déficit de medicamentos é generalizado, abrangendo pacientes diabéticos, hipertensos e até mesmo aqueles que precisam de testes de glicemia.
Na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Novo Mundo, a carência atinge desde ácido até materiais como anéis para restauração dentária. De acordo com a denúncia, alguns materiais fornecidos são tão frágeis que inviabilizam a utilização adequada. O cenário se agrava com a escassez de gaze e luvas descartáveis.
A Unidade do Setor Leste Universitário lida não apenas com a falta de insumos, mas também com a situação precária do espaço físico. As infiltrações nas paredes e teto, bem como o abandono dos consultórios destinados a tratamentos odontológicos, evidenciam o descaso com a estrutura física e a falta de profissionais para atendimento.
Além das unidades de saúde, o Instituto Espírita Batuíra de Saúde Mental também está em estado crítico. O local está há 12 meses com os repasses da prefeitura de Goiânia atrasados.
Outra unidade que enfrenta problemas é o Cais Finsocial. Os servidores do local denunciam a desmontagem da sala onde os dentistas atendiam, que virou almoxarifado.
A diretora do SindSaúde, Bruna Isecke, conta que a Prefeitura recebe recursos federais e não repassa para as unidades de saúde. Ela afirma que tem acompanhando e cobrado uma posição da atual gestão, mas não consegue respostas.
O Mais Goiás buscou contato com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Goiânia, na manhã desta sexta-feira (06), mas não houve retorno até o fechamento desta reportagem. O espaço segue aberto para manifestação.